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Estado de Goiás,19/10/2025

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    Angelo Cavalcante

    O singular caso territorial de Gaza: luta e identidade


    O singular caso territorial de Gaza: luta e identidade


    A guerra sempre é absurda; o caso de Gaza, no entanto, beira o inexplicável, o intraduzível, o insólito. 

    Neste 07 de outubro, sao completados dois anos da sangrenta e infame guerra e que o estado de Israel conduz resoluta e impiedosamente contra o povo palestino. 

    Bom... Conforme se verifica, a opção israelense não deu certo!

    O Hamas, a força política e militar da causa palestina, segue existindo e muito curioso, não está escondido, enfurnado n'algum esconderijo no Líbano, na Síria, no Egito ou na Jordânia... Seus soldados e militantes estão em Gaza, na Cisjordânia e em definitivo, o poderoso exército israelense, por sinal, a quarta força militar mais bem equipada e preparada do mundo, não consegue destruir essa guerrilha.

    Recordemos que a meta de Benjamim Netanyahu era de exterminar essa força islâmica e anexar, por fim, os miúdos e sobrantes territórios da outrora histórica e encantadora Palestina aos domínios de Israel.

    Nem uma coisa e nem outra!

    Os dados sempre são imprecisos, mas a partir de levantamentos do Prof. José Arbex Junior (PUC/SP), a guerrilha islâmica do Hamas já eliminou para mais de trinta mil soldados israelenses. 

    É que a propaganda de guerra não conta, mas a vida não tem sido fácil às forças hebraicas.

    Os guerrilheiros do Hamas são jovens, são homens e mulheres; são garotas e garotos e que sabem utilizar armas de fogo, sabem manipular facas, punhais. Sabem pensar armadilhas a partir de vergalhões, vidros, metais cortantes e pedregulhos.

    Esses jovens são filhos, netos e bisnetos de palestinos e que, não por menos, perderam suas vidas na luta pela defesa do seu país. 

    O que explica toda essa resistência?

    Bom... Dentre as muitas explicações há uma que garante base e fundamento para toda essa luta e se chama TERRITÓRIO !

    Territórios, ora, ora... Estão e não estão! São flexíveis, dinâmicos e jamais são estáticos. 

    Territórios são externos, estão ao largo, no amplo da visão e ao mesmo tempo, são fenômenos internos e internalizados; estão no corpo, nas percepções, nos sentidos, delicadezas e sentimentos dos indivíduos.

    Para noção do que tento dizer, essa língua e que usamos conta de nosso território; mais... A roupa que cobre nossos corpos diz de onde viemos; a estética que adotamos, os brincos, as tatuagens, as camisetas, o corte de cabelo ou as nossas sandálias... Mostram nossos territórios, sobretudo, revelam nossas ideias acerca do que somos, do que fazemos e do que almejamos.

    Nosso cheiro diz do nosso trabalho, do nosso bairro, da nossa margem e periferia. Territórios falam, contam, gritam e anunciam o que há, o que existe e ainda o que não existe, aquilo e que é imaterial. 

    Tem mais... A visão de uma colina, o mar que está adiante, o nicho de mata ou floresta que circunda aquela região, o córrego que escorre na outra parte da cidade, a cadeia de montanhas, os ventos que vem do norte... Tudo isso é território. 

    Tudo isso se junta, se soma, se integra e se faz síntese no mais profundo, no mais íntimo dos indivíduos; isso ou esse imenso e complexo combinado de coisas vira delicadeza, se transforma em espírito; não no espírito enquanto espectro transcendental mas como tendência de um tempo. 

    Territórios, isso mesmo, geram uma tendência a ser compreendida e revelada.

    É por isso que palestinos da guerrilha desse trágico conflito, se escondem, somem, ficam invisíveis nos escombros, sob calçadas arruinadas, debaixo de amontoados de destroços ou em túneis indetectaveis porque o território... Ora, o território é a principal tática,  estratégia e, para a causa palestina, o pior e mais devastador terror ao soberano IDF, o letal exército israelense.

    Um guerrilheiro palestino é um território sob forma humana e em pleno movimento porque territórios se chocam, se enfrentam, se dilaceram, se envolvem, se destroem e se reconstroem... Territórios são meio, fim e procedimento! 

    Nada é mais perigoso do que um território com indivíduos milenarmente territorializados.

    Recordemos da Guerra do Vietnã quando camponeses analfabetos, desdentados e se utilizando sobretudo, da fortuna variante e variável dos seus territórios, arrasam, destroçam com o poderoso exército dos Estados Unidos.

    O mesmo se dá no atual conflito entre Israel e a guerrilha do Hamas. Porque territórios são entes libertários ou labirintos intransponíveis. 

    Gaza tem se convertido na segunda opção aos genocidas sionistas... É que os palestinos jamais abrirão mão do seu chão, do seu solo, das suas vidas, dos seus territórios. 

    Como nos ensinou Frei Tito, "é melhor morrer do que perder a vida!".

    Palestina LIVRE!




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