O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deixou sua terceira reunião na Casa Branca nesta sexta-feira (17) sem qualquer garantia sobre o futuro do conflito, mas afirmou confiar em Donald Trump para assegurar um cessar-fogo com a Rússia.

Durante o encontro com Trump, Zelensky solicitou mísseis Tomahawk, de longo alcance, para atacar a Rússia. No entanto, o presidente dos Estados Unidos não se comprometeu com o pedido e declarou que o país precisa das armas que tem enviado à Ucrânia.

Trump afirmou esperar que a guerra termine sem o uso do armamento, por considerá-lo "muito poderoso". "Não é fácil para nós doarmos... Espero que consigamos acabar com o conflito sem pensar em Tomahawks. Acho que estamos bem próximo disso."

O míssil tem alcance de 880 quilômetros por hora, carrega 450 quilos de explosivos convencionais e é usado contra tanques e tropas. Zelensky declarou que a Rússia está “assustada” com a possibilidade de a Ucrânia obter os Tomahawks.

Na reunião, o líder ucraniano também elogiou Trump pelo cessar-fogo em Gaza, buscando aproveitar o momento em que o presidente americano se encontra “energizado” para obter avanços no conflito com a Rússia.

"Meus parabéns pelo seu sucesso com o cessar-fogo no Oriente Médio", disse Zelensky. "Acho que este é um momento propício para encerrar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Entendemos que Putin não está pronto, mas tenho confiança que podemos acabar com o conflito."

Após o encontro, Donald Trump sugeriu o congelamento das linhas de fronteira nos territórios ocupados como condição para o fim da guerra. O presidente americano afirmou que os países devem parar onde estão.

A reunião aconteceu um dia depois de Trump manter uma longa conversa telefônica com Vladimir Putin, que também o parabenizou pelo cessar-fogo no Oriente Médio.

Trump e Putin devem se reunir em breve em Budapeste, na Hungria, com mediação de Viktor Orbán. O local escolhido causou polêmica, pois foi lá, em 1994, que a Ucrânia assinou um acordo abrindo mão de armas em troca de garantias de segurança oferecidas pela Rússia, Estados Unidos e Reino Unido.

Essas garantias eram imprecisas — e não impediram a invasão da Ucrânia e a guerra que já dura mais de três anos.

Essa foi a terceira visita de Zelensky à Casa Branca em 2025. Na primeira, em fevereiro, o ucraniano protagonizou um bate-boca televisionado que repercutiu em todo o mundo. Na segunda, esteve acompanhado de líderes europeus logo após Trump receber Putin no Alasca, em agosto.