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Estado de Goiás,14/12/2025

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    Angelo Cavalcante

    A linhagem absolutista dos Bolsonaro


    A linhagem absolutista dos Bolsonaro

    Foi na surdina, nos reservados e inóspitos do cárcere de Bolsonaro que o destacado prisioneiro ex-presidente ao fim e ao cabo, indica e pontifica o nome da sua opção e predileção para a Presidência do Brasil, o próprio e mesmo filho, Flávio Bolsonaro, Senador pelo Rio de Janeiro. Por mais curioso e incrível que isso possa parecer, não foi bem uma surpresa! 

    Bolsonaro reforçou pelo laço familiar e co-sanguíneo, a retomada de espécie de tradição milenarista das linhagens dinasticas e bem claro, de feições feudais.

    Nesse particular é preciso que se diga que faltaram as runas, os dotes, as trombetas imperiais, os cantos arcades, os rituais de sacrifício, além, é claro, do desjejum com tigelas de sangue de virgens e despejadas sobre os rostos e as mãos daquele que anuncia e do consequente anunciado.

    Incrível!

    Em dado instante me imaginei, me perguntei se, de fato, estava em uma véspera de pleito político em pleno e escancarado 2025 ou se havia ingressado n'algum portal temporal e sido, dessa forma, lançado para o pleno medievo, ali, por volta de 1200 ou 1300 em uma Europa bizarra, fanatizada e apodrecida com tanta superstição e ódio religioso.

    O ambiente onde a trama se realizou, de fato, diz, conta, explicita muito... Sem público, sem populares, sem partidários, sem aliados, sem alinhados, sem apoiadores, sem aclamação política, sem nada ou ninguém, apenas a unção do assim dito, "escolhido".

    Isso... Isso, ora, nem é política; é um rito de transferência, um ritual de passagem, uma macabra e imprevisível permuta de claves entre correntes geracionais e que agora se atualiza, se renova, justamente na intenção, no gesto e na unidade de valores e perspectivas e que os entes em questão carregam e comungam entre si; mediados, é claro, pelo ressentimento, pelo ódio, pelo medo, pela solidão e pela noite.

    Ora, pois... 

    Faltou ainda e por fim, a fumaça branca fruindo pelas frestas da porta e da janela do aposento prisional de Bolsonaro com um redentor: " habemus hominem! ". 

    Não vê quem não quer... Segundo o bolsonarismo, nada existe além do bolsonarismo. E dessa forma, reparem bem, ocupam postos, vagas e funções onde querem, como querem e da forma que querem.

    Um se lança a senador por Santa Catarina independente das formas locais e pretéritas de organização e arranjo político já dadas e postas; o "outro" vira vereador em Camboriú sem saber o que é ser vereador ou muito menos, Camboriú.

    E la nave va...

    Não servia Tarcísio de Freitas, governador da principal economia brasileira; Zema, o governante brejeiro da potência política mineira; da mesma forma, não servia o experimentado e igualmente reacionário, Ronaldo Caiado, o obcecado governador da província goiana.

    Não servia Ratinho Junior, o governador do agro-Estado do Paraná e com perfil querido pela "direitosa" brasileira. Nem mesmo a esposa de Bolsonaro, a alvissareira e sempre empolvorosa Michelle Bolsonaro serviria porque... Falta sangue!

    O sangue é o limite, o critério, a condição e o marcador essencial e definitivo dessa horda!

    Não vê quem não quer!

    Pois sim... 

    ...Como a esquerda moderna e futurista possui tarefas inadiáveis para com a classe dos trabalhadores e das trabalhadoras, eis uma Bastilha pronta para ser derrubada até seu último pedregulho; que essas tramelas sejam rompidas por todo o sempre em prol de um novo renascimento e iluminismo centrado na vida, na justiça e na igualdade. 

    Abaixo!

    Que se faça a luz!



     Angelo Cavalcante - Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.



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