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Estado de Goiás,14/12/2025

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    Angelo Cavalcante

    Tudo por uma guerra! O império, as drogas e a obsessão por inimigos externos

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    Tudo por uma guerra! O império, as drogas e a obsessão por inimigos externos Navios de guerra dos EUA no Caribe

    O fanatismo "nosso de cada dia" não é e jamais é fato individual; o indivíduo importa porque é o sujeito do processo e a seu modo, trata de garantir pulso, impulsionamento e fluxo para esse sentido, esse sentimento torpe e jamais ponderável.

    Ainda assim, o fanatismo busca e sempre busca, o grupo, o coletivo e seu imediato e consequente enfraquecimento, bem como a relativização das condicionantes epistemológicas e racionais que buscam tratar, significar e traduzir o mesmo fenômeno.

    Esse preâmbulo é feito porque, apreensivo, estou observando a ação militar e absolutamente criminal dos Estados Unidos nas águas caribenhas mirando, sobretudo, as repúblicas da Colômbia e da Venezuela.

    O argumento yankee e que busca, bem antes, consenso, é de que tais governos são apoios, aportes e suportes para a produção e comercialização de drogas.

    Tendo em vista tais considerações e levando-se em conta de que os Estados Unidos são o principal destino das cocaínas do mundo é que o governo ultradireitista de Donald Trump decidiu messiânica e triunfalmente "salvar" o Ocidente de seu caos, decadência e ruína, de fato, inevitáveis.

    É surpreendente! Sem titubeios afirmo que, de novo, irá fracassar!

    A esse respeito é preciso que se diga que os Estados Unidos vivem à base de muita, MUITA droga! Além das continentais cheiradas de cocaína, é também, o maior consumidor de heroína, maconha e opióides do planeta.

    A Califórnia, a efervescente e caliente Califórnia, já é o principal produtor de cannabis recreativa do mundo! É maconha, de fato, muito bem beneficiada, customizada e vendida em floriculturas, lanchonetes, quiosques de praias e, claro, nos clássicos coffee shops.

    De acordo com a badalada revista FORBES (07/05/2022):
    "A indústria da cannabis recreativa está crescendo e atraindo turistas. Nos EUA, vai representar US $ 90 bilhões (R$ 450 bilhões) até 2026. Em pesquisas feitas em 2020, quase 20% de todos os americanos adultos se identificam como viajantes motivados por essa indústria, o que significa que procuram ativamente e estão interessados em atividades relacionadas à maconha durante suas férias".

    Pois bem...

    ...Segundo o Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), a "terra da liberdade", apenas em 2024, movimentou para mais de cento e cinquenta bilhões de dólares APENAS com o tráfico de cocaína.

    Conseguem imaginar o tamanho dessa rede?

    O próprio UNODC informou recentemente da surpresa institucional com picos recordes de comércio e consumo de cocaína nos "states".

    Em síntese, a cocaína do mundo é cheirada nos Estados Unidos e em seguida, na Europa Central, em países como Alemanha, França, Holanda e Bélgica.

    Esses são os mercados consumidores essenciais, esses são os "motores" de um tráfico destrutivo, para-estatal, já integralmente internacionalizado e esse deve ser o foco da análise; estrategicamente, a inteligência deve mirar nos mercados consumidores e não na produção...

    Por que?

    Ora, o mundo inteiro, em maiores ou menores níveis, produz cocaína e outros dopantes.

    Que fazer?
    Que faremos?

    Invadir o sudeste asiático? A América caribenha? As áreas produtoras de papoula do Afeganistão, do Bahrein ou do Butão? O Brasil com centenas de núcleos, oficinas e galpões de produção e refino de cocaína?

    Como é essa conta? Terá fim essa guerra?

    Dessa forma, a estratégia é, de novo, mirar nos mercados consumidores do mundo afora; essa será medida bem mais assertiva e eficaz.

    A insanidade guerreira do governo de Donald Trump nos parece bem mais com uma reafirmação geopolítica do século XIX e assentada no "big stick" da Doutrina Monroe e que, ao fim e ao cabo, mira no Brasil e no seu protagonismo decisivo a partir de um mundo necessariamente multipolar ou... Ou estaremos perpetuamente condenados ao atraso, ao pauperismo e ao subdesenvolvimento.

    Ora, ora... Desde quando cocaína e todos esses entorpecentes foram problemas aos interesses expansivos e geopolíticos do Império?

    NUNCA!

    Há muita razoabilidade fora da lama malcheirosa do fanatismo político. Creiam!



    Angelo Cavalcante - Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.



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