Quem é o acompanhante terapêutico?

O acompanhante terapêutico (AT) é um profissional de saúde que realiza intervenções fora do consultório, ajudando a desenvolver e colocar em prática habilidades.

Os atendimentos do AT ocorrem em ambientes naturais, e a escolha do local é feita conforme as necessidades da pessoa atendida. Entre os contextos possíveis estão escolas, parques, padarias, restaurantes, transporte público, supermercados, museus, entre outros contextos, em que cada ambiente oferece oportunidades de aprendizado.

Principais Áreas de Trabalho do AT

• Escolar: apoio nas tarefas, nos estudos, na convivência com colegas e professores, no desenvolvimento de habilidades sociais e na regulação emocional.

• Estudos: ajuda a se organizar, planejar, criar bons hábitos, entender melhor os conteúdos, manter a motivação e realizar atividades.

• Familiar/Parental: orientação para pais e cuidadores, fortalecendo os laços familiares, cuidando da saúde mental de todos e ajudando em diferentes fases da vida — seja de crianças, adolescentes ou adultos.

• Na área psiquiátrica: acompanhamento de pessoas com transtornos mentais, ajudando no dia a dia, desenvolvendo habilidades e mediando a relação entre família e outros profissionais.

• Na área judicial: atuação em situações legais, como mediação em divórcios e em casos de abuso, negligência ou alienação parental.

• Grupal: Atendimento em grupo para o desenvolvimento de habilidades sociais.

Quem pode ser atendido por um AT?

O Acompanhante Terapêutico atende pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos, considerando a individualidade de cada um de seus objetivos, com ou sem diagnóstico médico, oferecendo apoio para o desenvolvimento emocional, social e cotidiano.

Comunicação com a Equipe Multidisciplinar

O AT mantém contato com outros profissionais, como médicos, psicólogos e professores, através de reuniões e trocas (seja por mensagem ou ligações). O envolvimento da equipe profissional ajuda para que as intervenções sejam mais abrangentes.

Um dos diferenciais da atuação do AT é justamente o ambiente em que o atendimento ocorre. Por isso, é comum sessões em espaços públicos e de lazer, promovendo o desenvolvimento de habilidades sociais. Como por exemplo atendimentos realizados em livrarias, cafeterias ou até mesmo baladas, onde o paciente pode treinar ações como solicitar produtos, realizar compras, realizar pagamentos e lidar com situações imprevistas.

Na minha atuação como Acompanhante Terapêutica, eu, Idali Domingues, já realizei atendimentos em escolas, supermercados e residências entre outros auxiliando nas dificuldades das pessoas atendidas, facilitando na compreensão de regras sociais e mostrando exemplos de como realizar as atividades.

A Importância da Sinergia entre o Psicólogo Individual e o AT na Equipe Multidisciplinar

A atuação do Acompanhante Terapêutico (AT) alcança sua máxima eficácia quando integrada ao trabalho do psicólogo clínico e de toda a equipe multidisciplinar (médico, psiquiatra, fonoaudiólogo, etc.). Essa colaboração é essencial e se baseia na complementaridade de papéis:

• Psicólogo Individual/Clínico: Foca na análise e elaboração de conteúdos intrapsíquicos, na história de vida, nos conflitos emocionais e nos mecanismos de defesa, geralmente no ambiente protegido do consultório. É ele quem estabelece o plano terapêutico central.

• Acompanhante Terapêutico (AT): Foca na implementação e teste prático das habilidades e insights trabalhados na terapia individual. O AT atua como uma ponte entre o mundo interno do paciente e a realidade externa, auxiliando na generalização das aprendizagens para o cotidiano.

Benefícios da Colaboração

1. Generalização de Habilidades: O psicólogo identifica a necessidade (ex: treino de assertividade). O AT cria o cenário na vida real (ex: acompanhar o paciente a uma loja para praticar a solicitação de um produto) e oferece o suporte in loco para lidar com a ansiedade e as dificuldades imediatas (BRASIL, 2023).

2. Monitoramento e Relatório: O AT fornece ao psicólogo informações valiosas e detalhadas sobre o comportamento do paciente em seus ambientes naturais, que seriam inacessíveis no consultório. Esses dados são cruciais para ajustar o plano terapêutico (PEREIRA; CASTRO, 2021).

3. Maior Adesão ao Tratamento: A presença e o suporte do AT ajudam o paciente a superar barreiras práticas e motivacionais, facilitando a adesão às orientações e a diminuição do isolamento social (ROSSI, 2012).

Enquanto o psicólogo individual trabalha o "porquê" e o "o que" (compreensão do problema e metas), o AT foca no "como" (execução prática e intervenção no ambiente), garantindo uma abordagem terapêutica mais completa e efetiva.

Idali Domingues Freire - Psicóloga Clínica e AT (CRP: 06/200656) e Andressa da Silva Palmiro – Psicóloga Clínica (CRP: 06/208520)