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Estado de Goiás,19/10/2025

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    Nilson S. Aliprandi

    Dia do Psicólogo/a: a importância e os desafios de uma profissão que cuida de vidas


    Dia do Psicólogo/a: a importância e os desafios de uma profissão que cuida de vidas

    Celebrar o Dia do Psicólogo/a, em 27 de agosto, é mais do que lembrar uma data no calendário. É reconhecer a relevância de uma profissão que, ao longo da história, se consolidou como essencial para o cuidado da saúde mental, para a promoção da dignidade humana e para a transformação das relações sociais. A psicologia, que oficialmente se tornou profissão regulamentada no Brasil em 1962, vem de uma trajetória marcada por disputas teóricas e práticas em diferentes partes do mundo, mas encontrou no país um terreno fértil para se reinventar diante de contextos sociais, culturais e políticos diversos.

    Para que alguém seja reconhecido como psicólogo/a no Brasil, é necessário ter concluído a graduação em Psicologia e possuir registro ativo no Conselho Regional de Psicologia (CRP). Essa exigência não é burocrática: trata-se de uma garantia de que a atuação profissional será feita com a devida formação técnica, teórica e ética, assegurando qualidade no cuidado e proteção à sociedade contra práticas sem respaldo científico ou legal. 

    A atuação do psicólogo/a não se limita ao consultório, como muitas vezes o senso comum supõe. O trabalho clínico individual é, sem dúvida, um campo importante, mas a psicologia vai muito além dele. Está presente no Sistema Único de Saúde (SUS), em especial na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), no CAPS, nas escolas, nas empresas, nas organizações sociais, na justiça, no esporte, na assistência social e em inúmeras outras áreas. Em todos esses espaços, a atuação profissional se sustenta em um princípio fundamental: o compromisso ético com o respeito à singularidade e à dignidade das pessoas, como orienta o Código de Ética Profissional da Psicologia.

    Esse Código não é apenas um conjunto de regras formais, mas uma expressão da visão de sociedade que a psicologia defende. Entre seus princípios estão o respeito à liberdade, à diversidade, aos direitos humanos e à autonomia de cada pessoa. O/a psicólogo/a deve praticar sua profissão com responsabilidade social, reconhecendo os determinantes sociais da saúde mental e combatendo qualquer forma de discriminação, preconceito ou violência. Isso significa que o compromisso da psicologia não é apenas com o bem-estar individual, mas também com a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática. 

    A história da psicologia no mundo passou por diferentes caminhos. Das raízes na filosofia, que buscava compreender a alma e a mente humanas, passando pelos primeiros laboratórios experimentais no século XIX, até o florescimento das abordagens clínicas no século XX, a psicologia se consolidou como uma ciência e uma profissão com múltiplos olhares sobre o ser humano. No Brasil, a prática ganhou relevância em meio às transformações sociais e políticas, como na luta antimanicomial e na construção do SUS, que colocaram os/as psicólogos/as como protagonistas em um modelo de cuidado mais humano, integral e comunitário.

    Atualmente, os desafios da profissão são muitos. A categoria luta por um piso salarial digno e pela regulamentação da carga horária de 30 horas semanais, condições básicas para garantir qualidade no trabalho e evitar o esgotamento. Soma-se a isso a precarização crescente, marcada pela terceirização em planos de saúde e plataformas digitais, que reduzem o cuidado psicológico a um serviço padronizado e de baixo custo. Muitos profissionais ainda enfrentam jornadas exaustivas, como escalas 6x1, que favorecem o adoecimento dentro da própria categoria. Outro desafio é a busca crescente por atendimentos em inteligências artificiais, que oferecem acesso rápido, mas não substituem a escuta singular e a dimensão ética do encontro humano. 

    Num cenário em que os índices de sofrimento psíquico aumentam, a psicologia precisa ser fortalecida e reconhecida não apenas como uma prática de cuidado individual, mas como uma profissão que atua no coletivo, na promoção de direitos e na defesa da vida. Mais do que nunca, é preciso lembrar que a psicologia existe para estar ao lado das pessoas, ampliando suas possibilidades de escolha, de liberdade e de bem-estar.

    O Dia do Psicólogo/a, portanto, não é apenas uma data comemorativa. É um convite para refletir sobre a importância de garantir condições dignas de trabalho para esses profissionais e de investir em políticas públicas que ampliem o acesso ao cuidado psicológico. Porque valorizar a psicologia é, em última instância, valorizar a vida.



    Por Nilson S. Aliprandi, psicólogo clínico humanista (CRP 11/04916)


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