Safra de grãos deve ser 3% menor em 2026, diz IBGE
Queda no volume de milho influencia estimativa de colheita menor de grãos no próximo ano — Foto: Mauricio Tonetto / SecomRS A produção brasileira de grãos, leguminosas e oleaginosas deve chegar a 335,7 milhões de toneladas em 2026, uma queda de 3% em relação a 2025, o equivalente a 10,2 milhões de toneladas a menos. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no segundo prognóstico para o próximo ano.
A nova estimativa é 0,9% maior que a projeção inicial, com acréscimo de 2,9 milhões de toneladas. O IBGE destaca ainda que a previsão para 2026 inclui canola e gergelim, que vêm ganhando espaço na produção nacional.
Queda liderada por milho, sorgo, arroz e algodão
A redução prevista para 2026 ocorre principalmente por causa de recuos no milho, que deve cair 6,8%, o equivalente a 9,6 milhões de toneladas. A primeira safra deve crescer 6,4%, enquanto a segunda safra tende a cair 9,7%. O sorgo deve recuar 14,6%, ou 787,9 mil toneladas. O arroz deve diminuir 8%, o que representa menos 1 milhão de toneladas. O algodão herbáceo em caroço deve ter queda de 11,6%, ou 1,1 milhão de toneladas. O trigo deve cair 4%, ou 319,2 mil toneladas, e o feijão da primeira safra deve recuar 3,5%, o equivalente a 33,6 mil toneladas.
Para a soja, a estimativa de produção é de 166 milhões de toneladas. No caso do milho, a projeção soma 141,6 milhões de toneladas, sendo 25,8 milhões na primeira safra e 115,9 milhões na segunda.
A produção de arroz em casca foi estimada em 12,6 milhões de toneladas; a de trigo em 7,9 milhões de toneladas; a de algodão herbáceo (em caroço) em 9,9 milhões de toneladas; e a de sorgo em 5,4 milhões de toneladas.
Safra de 2025 deve ser recorde, com 345,9 milhões de toneladas
Para 2025, o IBGE projeta uma safra recorde de 345,9 milhões de toneladas, alta de 18,2% em relação a 2024, o equivalente a um ganho de 53,2 milhões de toneladas. O dado faz parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de novembro.
A projeção é 0,1% superior ao levantamento anterior.
A área a ser colhida em 2025 é estimada em 81,5 milhões de hectares, o que representa aumento de 3,1% na comparação com 2024, um acréscimo de 2,5 milhões de hectares. Em relação a outubro, houve alta de 0,1%, ou 66,8 mil hectares.
Os três principais produtos — arroz, milho e soja — representam 92,5% da produção esperada e 87,9% da área plantada.
Alta generalizada na área plantada
O algodão deve ter expansão de 5,8% na área a ser colhida. O arroz em casca deve crescer 10,9%. A soja deve avançar 3,6%. O milho deve aumentar 4,2% na área plantada, sendo queda de 5,7% na primeira safra e crescimento de 7% na segunda. O sorgo deve crescer 16%. Em contrapartida, o trigo deve cair 18,6% na área, e o feijão deve recuar 7%.
Produção deve crescer em quase todas as culturas
O algodão deve produzir 11,5% mais em 2025 na comparação com 2024. O arroz deve avançar 18,8%. A soja deve crescer 14,5%. O milho deve ter alta de 23,5%, com aumento de 12,4% na primeira safra e de 26,2% na segunda. O sorgo deve registrar expansão de 35,4%. O trigo deve crescer 5,1%. O único recuo previsto é no feijão, com queda de 3%.
Segundo o IBGE, soja, milho, algodão e sorgo devem alcançar recordes históricos em 2025.