A eleição do cardeal Robert Francis Prevost, 69 anos, como novo papa, Leão 14, foi recebida com entusiasmo por ambientalistas, devido ao seu histórico de apoio à preservação do meio ambiente. O novo pontífice, conhecido por defender as políticas de sustentabilidade de seu antecessor, o papa Francisco, já expressou publicamente sua preocupação com a crise ambiental e seu compromisso com a ação concreta, em vez de apenas palavras.

Em novembro do ano passado, como prefeito do Dicastério para os Bispos, Prevost participou de um seminário em Roma, no qual enfatizou a necessidade de uma resposta urgente à deterioração ambiental global. "Agora é hora de passar das palavras à ação", afirmou o cardeal, destacando que a solução para a crise climática deve se basear na Doutrina Social da Igreja. Ele também mencionou algumas ações da Santa Sé, como a instalação de painéis solares e a adoção de veículos elétricos, incluindo um papamóvel totalmente elétrico, que foi apresentado em dezembro.

A sua posição favorável ao meio ambiente ressoou positivamente na organização da COP30, a 30ª Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá em Belém, no Brasil, em novembro de 2025. Ana Toni, diretora-executiva da cúpula, expressou otimismo em relação à presença do papa no evento, alinhando sua postura com a de Francisco, especialmente no que se refere à urgência das mudanças climáticas. "O cardeal Robert Prevost nos convocou a ‘passar das palavras à ação’, que é também o lema da COP30", afirmou Toni.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também parabenizou Prevost e expressou o desejo de que ele continue o legado de Francisco, destacando as virtudes do anterior papa em busca da paz, justiça social e defesa do meio ambiente.

O novo papa tem demonstrado apoio às ideias de Francisco, especialmente em relação à encíclica *Laudato Si* (2015), que aborda a crise ambiental como um desafio moral e ético, afetando os mais pobres. Prevost tem reiterado suas opiniões sobre o "domínio sobre a natureza", defendendo que esse domínio não deve ser tirânico, mas sim uma "relação de reciprocidade" com o meio ambiente.

Laurence Tubiana, CEO da Fundação Europeia do Clima, e Manuel Pulgar Vidal, líder de clima e energia da WWF, celebraram o compromisso do papa Leão 14 com a questão climática, expressando esperança de que ele impulsione a Igreja Católica a desempenhar um papel ainda mais ativo na luta contra a crise climática. Ambos destacaram a importância de sua liderança para enfrentar os desafios climáticos, que se intensificaram nos últimos anos.

Prevost, embora celebrando sua origem nos Estados Unidos, tem sido crítico do governo de Donald Trump, especialmente nas questões ambientais. Em 2017, ele compartilhou um post com a hashtag #LaudatoSi, desafiando o então presidente a se engajar com os ensinamentos do papa Francisco sobre o clima.