Veja quem assume as vagas de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem após cassação na Câmara
Missionário José Olímpio (PL-SP) e Dr. Flávio (PL-RJ) | Divulgação/Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados e Divulgação/Governo do Estado do RJ A Câmara dos Deputados cassou, nesta quinta-feira, os mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As decisões foram tomadas pela Mesa Diretora, por meio de atos administrativos assinados pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pelos demais integrantes da gestão, sem votação em plenário. Os atos foram publicados em edição extra do Diário da Câmara.
Com as cassações, os suplentes das respectivas bancadas passam a assumir as vagas de forma definitiva.
Quem assume no lugar de Eduardo Bolsonaro
A cadeira deixada por Eduardo Bolsonaro será ocupada pelo Missionário José Olímpio (PL-SP). Político veterano e ligado à bancada evangélica, ele retorna à Câmara após já ter exercido dois mandatos como deputado federal, entre 2011 e 2019.
José Olímpio afirmou nesta quinta-feira que já foi formalmente comunicado pela Câmara para assumir o mandato.
— Já fui formalmente comunicado pela Câmara dos Deputados para assumir o mandato, conforme os trâmites regimentais.
Ao comentar sua atuação parlamentar, o deputado disse que seguirá uma agenda conservadora.
— Minha atuação será pautada pela defesa dos interesses da população brasileira, com foco em pautas sociais, liberdade religiosa, fortalecimento da família, geração de emprego e desenvolvimento social — afirmou.
Com a cassação de Eduardo Bolsonaro, José Olímpio assume como primeiro suplente do PL em São Paulo. Ele era o segundo na ordem de suplência e passou à primeira posição após Adilson Barroso assumir, nesta semana, o mandato de Carla Zambelli. Como já havia exercido o cargo durante uma licença médica, não precisará tomar posse novamente, assumindo de forma automática após os trâmites administrativos.
Quem é Missionário José Olímpio
Missionário evangélico e político veterano, José Olímpio construiu sua trajetória parlamentar com forte ligação à bancada evangélica e a pautas de costumes, com atuação frequente em temas como liberdade religiosa, família e políticas sociais.
Ao longo da carreira, integrou frentes parlamentares conservadoras e se alinhou ao bolsonarismo, embora não integre o núcleo mais próximo da família Bolsonaro. Seu perfil é o de um parlamentar ideológico, com discurso voltado ao eleitorado religioso e presença constante em debates sobre valores morais no Congresso.
Quem assume no lugar de Alexandre Ramagem
O suplente de Alexandre Ramagem (PL-RJ) é o ex-deputado federal Dr. Flávio, que confirmou nesta quinta-feira que pedirá exoneração do cargo de secretário estadual de Agricultura do Rio de Janeiro para assumir o mandato na Câmara.
— Acabei de receber o comunicado da Câmara me convocando para o mandato definitivo. Preciso pedir exoneração porque estou secretário. Vou falar com o governador e vou a Brasília na semana que vem regularizar a situação definitiva — afirmou.
Dr. Flávio explicou que não precisará tomar posse novamente, pois já exerceu o mandato de deputado federal de forma temporária, quando substituiu Carlos Jordy durante a campanha do parlamentar à Prefeitura de Niterói.
Perfil de Dr. Flávio
Médico veterinário e produtor rural, Dr. Flávio é filiado ao PL e construiu sua base política no interior do Rio de Janeiro, com forte ligação ao setor agropecuário.
Antes de chegar à Câmara, ganhou projeção no Executivo estadual ao assumir a Secretaria de Agricultura do Rio de Janeiro, passando a integrar o núcleo político do governo Cláudio Castro (PL) e a dialogar diretamente com produtores, cooperativas e entidades do agronegócio.
Durante o período em que atuou como deputado federal, teve uma atuação discreta, alinhada à bancada do PL. Primeiro suplente da legenda no estado, ele reconheceu resistência pessoal à saída do Executivo.
— Vou assumir porque sou o primeiro da fila, mas com o coração na mão. Gosto muito da Secretaria da Agricultura, onde estou — declarou.
No rito silencioso da burocracia parlamentar, a caneta derruba mandatos e o suplente sobe sem cerimônia — a política segue andando, mesmo quando o plenário não é chamado a opinar.