O ex-deputado federal Alexandre Ramagem criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, após ter o mandato cassado pela Mesa Diretora, sem votação no plenário da Casa. A declaração foi feita em um vídeo publicado nas redes sociais na manhã desta sexta-feira.

Segundo Ramagem, a decisão desrespeitou o regimento interno da Câmara e foi tomada de forma arbitrária.

— O presidente da Câmara dos Deputados cassou meu mandato na canetada pela Mesa da Casa. Por pura covardia — diz Ramagem, alegando que a decisão não respeito o regramento interno da Câmara dos Deputados.

O ex-parlamentar classificou o ato como ilegítimo e direcionou críticas diretas à condução do processo.

— Uma decisão infame, vergonhosa. O ministro, o violador dos direitos humanos, nem precisou sujar as mãos dele, porque ele tem um serviçal de instrumento, infelizmente, o presidente da Câmara dos Deputados.

Ataques ao STF e questionamento das faltas

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou ainda que Hugo Motta atua como uma “marionete nas mãos de um ministro do STF”, em referência a Alexandre de Moraes.

Ramagem também contestou o argumento usado para justificar a cassação, afirmando que não havia número suficiente de faltas para a perda do mandato.

— Eu fui cassado por faltas. Mesmo não tendo o número de faltas suficientes para a cassação, mas porque se presume que eu faltaria às sessões posteriores no ano que vem. Eu só teria faltas suficientes quase no meio do ano que vem.

Recurso e sucessão na vaga

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido tentará recorrer da cassação dos mandatos de Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro.

Com a saída de Ramagem, quem deve assumir a vaga é o ex-deputado federal Dr. Flávio, que retorna à Câmara após oito anos fora do mandato.

Condenação e permanência no exterior

Ramagem está nos Estados Unidos desde setembro e é considerado foragido da Justiça brasileira. Ele foi condenado a 16 anos de prisão pelo STF no julgamento da trama golpista, que também condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Desde que deixou o país, Ramagem já teria custado R$ 532 mil aos cofres públicos, segundo levantamento citado no texto.