Sexo quantas vezes por semana? Ciência revela o 'número mágico' da felicidade (e não é o que você pensa)
Reprodução A importância do sexo na vida a dois costuma ser indiscutível, até que, em algum momento da relação, ele perde espaço. A rotina acelerada, a pressão profissional, a chegada dos filhos e a queda natural do desejo são alguns dos fatores que fazem muitos casais diminuírem o ritmo das relações. Surge, então, uma dúvida recorrente: o que pesa mais para o bem-estar do casal, a frequência ou a qualidade do encontro íntimo?
Pesquisas recentes apontam que a resposta pode ser mais simples do que parece.
O limite da satisfação: uma vez por semana
Um levantamento canadense, que analisou dados de mais de 30 mil norte-americanos coletados ao longo de quatro décadas, trouxe um dado surpreendente: a satisfação sexual atinge seu ponto máximo quando há intimidade cerca de uma vez por semana.
O estudo, publicado na revista Social Psychological and Personality Science, revelou que aumentar o número de relações além desse intervalo não trouxe ganhos adicionais de felicidade entre os participantes.
O fenômeno se enquadra no que os pesquisadores chamam de "retornos decrescentes": depois de certo ponto, mais não significa melhor. Em outras palavras, casais que fazem sexo duas, três ou mais vezes por semana não se consideram mais satisfeitos do que aqueles que mantêm a prática semanal.
O que vale mais do que a frequência?
Embora o estudo não tenha identificado com precisão as razões desse fenômeno, os autores sugerem que a relação entre sexo e bem-estar não é linear.
Para a psicóloga Amy Muise, da Universidade de Toronto, a curva de felicidade é ascendente até atingir um ápice (o ponto semanal), e, a partir daí, outros fatores passam a ter peso semelhante ou até superior.
Fatores que superam a frequência após o 'ápice' semanal:
• Conexão emocional
• Qualidade do diálogo
• Apoio mútuo
• Bem-estar geral da relação
Estes elementos influenciam tanto quanto a vida sexual em si para a manutenção de um relacionamento feliz.
O 'Número Mágico' da Saúde Mental
A moderação não impacta apenas a felicidade, mas também a saúde mental. Outro estudo, divulgado no Journal of Affective Disorders, reforça a ideia de que uma frequência moderada é suficiente para trazer benefícios significativos.
A pesquisa acompanhou quase 15 mil adultos e observou que quem mantinha relações ao menos mensalmente apresentava menor probabilidade de desenvolver quadros de depressão moderada a grave, condição relatada por cerca de 7,5% dos participantes.
Para os especialistas, parte desse efeito pode estar ligada à liberação de substâncias associadas ao bem-estar, como endorfina e dopamina, que aumentam significativamente durante o sexo e ajudam no alívio da dor, do estresse e das tensões acumuladas.
As pesquisas convergem para uma mesma conclusão: não é necessário um calendário sexual intenso para preservar a satisfação e contribuir para a saúde mental. Uma frequência semanal parece atingir o equilíbrio ideal. A partir desse ponto, o que mantém o casal feliz extrapola a quantidade e recai sobre a forma como se constrói a relação no dia a dia.