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Estado de Goiás,18/10/2025

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    Entidades da ‘farra do INSS’ compraram R$ 8 milhões em carros e 25 iPhones

    Metrópoles
    Entidades da ‘farra do INSS’ compraram R$ 8 milhões em carros e 25 iPhones Reprodução

    Nos últimos dias, a CPMI do INSS recebeu dezenas de relatórios da Receita Federal sobre as movimentações financeiras de pessoas e entidades envolvidas no escândalo conhecido como “Farra do INSS”.

    Os documentos apontam o gosto dos investigados por carros de luxo, eletrônicos e joias. Nos materiais já analisados, há registros da compra de ao menos 23 automóveis, totalizando R$ 8,1 milhões, além de R$ 1 milhão em joias e cerca de 25 iPhones, da marca norte-americana Apple.

    No total, as notas fiscais somam R$ 96 milhões. Esses documentos foram emitidos por pessoas físicas e jurídicas investigadas entre agosto de 2019 e 27 de maio deste ano.

    O montante representa apenas uma parte do todo: em junho, a Advocacia-Geral da União (AGU) bloqueou R$ 2,8 bilhões em bens e valores pertencentes aos investigados e às entidades envolvidas.

    O automóvel mais caro identificado é um Porsche 911 Carrera GTS Cabriolet, comprado em agosto de 2024 pela empresa Brasília Consultoria Empresarial S/A, por R$ 1,26 milhão. A empresa pertence ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.

    Logo depois, aparecem dois veículos adquiridos por Careca em nome próprio, ambos da marca Porsche: um Cayenne S Coupé, avaliado em R$ 950 mil, e um Panamera 4S E-Hybrid, de R$ 830 mil, comprados em fevereiro de 2024.

    A relação inclui ainda modelos como o Ford Mustang Mach-E GT, de R$ 451 mil, em nome de Cecilia Rodrigues Mota, e um Range Rover Evoque R-Dynamic, comprado pela Prospect Consultoria Empresarial S/A — outro CNPJ ligado a Careca — por R$ 315 mil.

    A THJ Consultoria, empresa de Thaisa Hoffmann, esposa do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Filho, adquiriu um SUV Porsche Cayenne híbrido por R$ 787 mil, em agosto de 2024, em uma concessionária de Curitiba (PR). À época, Virgílio Filho tinha rendimentos de cerca de R$ 24 mil.

    Também aparecem nas notas fiscais um Chevrolet Trailblazer, comprado pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) por R$ 296 mil, e um Land Rover Evoque, da Prospect, no valor de R$ 250 mil.

    Entre os veículos de menor valor estão um Volkswagen Gol 1.6, de R$ 43 mil, emitido em nome da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), e um Hyundai HB20, de R$ 41 mil, adquirido por Aristides Veras dos Santos, presidente da entidade.

    Nos registros de artigos de luxo, constam ao menos sete notas de joias e relógios, totalizando cerca de R$ 1 milhão. O item mais caro foi um anel de ouro 750 com brilhantes e turmalina Paraíba, comprado por Danilo Berndt Trento, em junho de 2025, por R$ 380 mil.

    O mesmo comprador aparece em mais duas notas: um par de brincos de R$ 361 mil e uma pulseira de R$ 215 mil, ambos emitidos pela RLG do Brasil, representante da marca Van Cleef & Arpels no país.

    Cecilia Rodrigues Mota também figura como cliente da joalheria HSJ Comercial, onde comprou um relógio de titânio e safira por R$ 30 mil.

    Outros nomes aparecem nos registros: Maurício Camisotti, que comprou um brinco de ouro e diamantes por R$ 25,5 mil; Sandro Temer de Oliveira, dono de um relógio Victorinox de R$ 5,4 mil; e Ademir Fratri Bacic, que surge em nota da Tiffany Brasil por um anel de prata de R$ 3 mil.

    Investigados na “Farra do INSS” também compraram R$ 2,8 milhões em gado

    Como já mostrado pela coluna, parte do dinheiro desviado das aposentadorias pode ter sido usada na compra de gado.

    Dois dos principais investigados — Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, e o empresário Alexsandro Prado Santos, conhecido como Lequinho — adquiriram ao menos 1.243 cabeças de gado entre 2020 e 2025, totalizando R$ 2,88 milhões. Ferreira Lopes comprou 998 animais, divididos em 12 lotes, por cerca de R$ 1,5 milhão, a maioria bezerros da raça Nelore, com até 12 meses de idade.

















    Já Lequinho gastou R$ 1,37 milhão em 245 cabeças, em transações realizadas entre novembro de 2023 e janeiro deste ano. Ambos estão entre os alvos da CPMI, acusados de liderar entidades usadas para desviar recursos de aposentados.




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