A disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) pode resultar em uma improvável aliança entre dois partidos rivais: o PT, comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

A vaga em questão será aberta com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz no próximo ano. O posto já foi prometido ao deputado Odair Cunha (PT-MG), como parte de um acordo que garantiu o apoio do PT à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados. No entanto, outros nomes estão surgindo, desafiando a indicação do petista, e a fim de evitar uma polarização com o Centrão, o PT poderia optar por uma composição com a oposição.

Dentro dessa negociação, o PL lançaria um nome avulso, buscando atrapalhar o avanço do Centrão e, em troca, teria apoio dos petistas para conquistar a segunda vaga do TCU. A vaga seria destinada ao ministro Augusto Nardes, que, embora devesse se aposentar apenas em 2027, poderia ser convencido a antecipar sua saída.

Embora o PL não descarte um acordo com os petistas, acredita-se que a movimentação teria obstáculos. A ala do partido mais voltada ao centro-político defende que uma composição com partidos de centro tem maior viabilidade de apoio na bancada.

Entretanto, a decisão sobre a segunda vaga do TCU ficará a cargo do presidente da Câmara, que pode usá-la como uma moeda de troca para garantir apoios em sua possível reeleição ao cargo em 2027.

Dentro dos outros partidos, o União Brasil apresenta os deputados Danilo Forte (CE) e Elmar Nascimento (BA) como possíveis candidatos, enquanto o PSD cita os deputados Pedro Paulo (RJ) e Hugo Leal (MG) como opções para a disputa. No PL, a indicação de Jair Bolsonaro seria a do deputado Helio Lopes (RJ), conhecido como Hélio Negão, mas uma ala mais moderada do partido defende a nomeação de Roberta Roma (BA).

A vaga no TCU é vitalícia e oferece um salário de R$ 41,8 mil mensais.