Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram às ruas nesta quarta-feira (7) em um novo ato realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A manifestação, convocada pelo próprio Bolsonaro, tem como principal bandeira a anistia dos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Mesmo tendo recebido alta hospitalar há apenas três dias, após três semanas internado por complicações intestinais, Bolsonaro compareceu ao protesto. Ao seu lado, estava a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que também participou da mobilização.

A concentração dos manifestantes teve início por volta das 16h, nas imediações da antiga Funarte. De lá, seguiram pela Via S1, no Eixo Monumental, até a Avenida José Sarney, nas proximidades do Congresso Nacional. O trânsito foi parcialmente interditado durante o percurso, com a Polícia Militar informando que quatro faixas da S1 — no sentido Torre de TV – Congresso — foram bloqueadas. A liberação da via dependerá do desfecho do ato.

Enquanto isso, Bolsonaro enfrenta sérias acusações no Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, a Primeira Turma da Corte aceitou, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), tornando o ex-presidente e outros 20 aliados réus por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. A denúncia aponta que os acusados integram o “núcleo crucial” da trama antidemocrática.

A anistia aos envolvidos nos atos golpistas divide opiniões, mas a maioria da população se mostra contra. Segundo levantamento realizado pela Quaest e divulgado em abril, 56% dos brasileiros se opõem à concessão de perdão aos participantes dos ataques de 8 de janeiro. Outros 34% são favoráveis à libertação, e 10% não souberam ou preferiram não responder. A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março, com margem de erro de dois pontos percentuais.