Lula diz que vai dar “surra” na extrema direita e promete barrar anistia a envolvidos em atos golpistas
Presidente Lula (PT) ao lado primeira-dama, Janja, em cerimônia de Natal na ExpoCatadores, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (19) que não permitirá o retorno da extrema direita ao comando do país e declarou que vai dar uma “surra” política em quem apostar nessa possibilidade.
"Que venham! Que venham! Porque nós vamos desafiar, não é com palavras, não é com xingatório. Eu quero comparar o que eles fizeram nesse país com o que nós fizemos. Eu quero comparar quem tem mais na saúde, quem tem mais na educação, quem tem mais no transporte, quem tem mais na política de inclusão social. Eu quero saber."
Evento com catadores em São Paulo
A declaração foi feita durante a celebração de Natal de catadores, na ExpoCatadores 2025, realizada no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo. O evento reuniu catadores, cooperativas, especialistas, organizações internacionais e representantes dos governos federal, estaduais e municipais.
Durante o discurso, Lula também fez referência à própria idade e reafirmou disposição para continuar na vida política.
"Eu estou com 80 anos, mas se eles soubessem o tesão que eu tenho pra governar esse país, eles não brincariam. Não brincariam. Porque eu digo pra todo mundo: sabe por que eu não vou envelhecer? Porque eu tenho uma causa"
"Por isso se prepare[m], [por]que eu quero viver até 120 anos, e nós vamos ter muitos anos de briga."
Críticas à extrema direita e ao bolsonarismo
Em referência ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula afirmou que o país não pode permitir o retorno da “extrema direita fascista, negacionista”, a quem responsabilizou pela morte de mais de 700 mil pessoas, além do uso de mentiras pela internet.
O presidente também mencionou investigações e prisões relacionadas à tentativa de golpe.
"Pela primeira vez na história desse país, nós temos um presidente preso por tentativa de golpe. Pela primeira vez nesse país, nós temos quatro generais de quatro estrelas presos nesse país pela tentativa de golpe. Pela tentativa de fazer um plano para matar o Lula, para matar o Alckmin e para matar o Alexandre Moraes."
Veto à redução de penas
Lula voltou a afirmar que deve vetar o projeto de lei que reduz penas de condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nos casos relacionados aos atos do 8 de Janeiro e à trama golpista.
"Com todo respeito aos deputados e senadores que votaram a lei da redução da pena, eu quero dizer para vocês: eu vou vetar essa lei. E se eles quiserem que derrubem o meu veto."
O presidente também ressaltou que derrotas eleitorais fazem parte da democracia.
"A gente tem que ensinar esse pessoal a respeitar. Eu perdi três eleições nesse país. Perdia as eleições e voltava para casa. Me preparava para outra. Nunca houve um alto de tentativa de golpe nosso. Nunca tentamos tomar o poder de assalto. Eles têm que aprender que [n]a democracia vence quem tem mais voto."
Presenças e críticas locais
Além de Lula, participaram do evento a primeira-dama Rosângela da Silva, e autoridades como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; e a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck.
Cotado para disputar o Governo de São Paulo em 2026, Haddad foi recebido sob gritos de “governador” e fez críticas às gestões do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo o ministro, é difícil governar a partir de Brasília sem apoio local.
"Um prefeito comprometido, um prefeito com um olhar específico, um governador com sensibilidade, que não bota a polícia para bater no povo, que dá atenção para as pessoas, que cria um ambiente de trabalho digno".