Lula cita governadores como possíveis adversários em 2026 e manda estudar políticas sociais estaduais
Presidente Lula em última reunião ministerial de 2025 na Granja do Torto em Brasília — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira, durante reunião ministerial, que enxerga os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás) como possíveis adversários na disputa presidencial de 2026. Segundo Lula, o governo já determinou a realização de estudos sobre os programas sociais implementados por esses gestores em seus Estados.
— Eu já mandei fazer um estudo das políticas sociais dos nossos possíveis adversários. Do Tarcísio, do Zema, do Caiado, do Ratinho... Das políticas sociais que eles fizeram nos estados. Sinceramente, perto de nós, eles não fizeram nada — disse o presidente.
Mais cedo, na abertura da reunião, Lula também enviou um recado direto aos partidos do Centrão, afirmando que as siglas precisarão definir de que lado estarão nas eleições de 2026. Atualmente, o governo conta com 39 ministros indicados por dez partidos, incluindo legendas que ainda não assumiram apoio explícito à reeleição do petista.
Entre elas estão o PSD, presidido por Gilberto Kassab; o Republicanos, partido ao qual Tarcísio de Freitas é filiado; e o MDB. O União Brasil, sob comando de Antônio Rueda, deixou formalmente o governo, mas manteve influência na Esplanada por meio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que indica nomes para as pastas de Telecomunicações e Integração Nacional.
— Ano que vem é o ano em que a gente tem a oportunidade, não só porque estaremos em disputa, mas porque cada ministro, cada partido que vocês participam, vai ter que estar no processo eleitoral e vai ter que se definir de que lado está. Será inexorável — afirmou Lula aos ministros.
Comparação com Bolsonaro e disputa de narrativa
Em seu discurso, o presidente voltou a defender os investimentos realizados por bancos públicos e afirmou que, após décadas, essas instituições recuperaram capacidade de investimento. Lula também reiterou que 2026 será o “ano da verdade” e disse que pretende comparar os indicadores de seu governo com os do ex-presidente Jair Bolsonaro.
— É importante que a gente tenha noção que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu neste país (durante o governo de Bolsonaro). Tenho a impressão que o povo ainda não sabe, que nós ainda não conseguimos a narrativa correta — disse.
Lula destacou como marcas de sua gestão a redução do desemprego e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, mas reconheceu que esses resultados ainda não se refletem plenamente nas pesquisas de opinião.
Para o presidente, a explicação está no ambiente de forte polarização política, que dificulta a consolidação de uma avaliação mais positiva do governo junto à população.