Foragido nos EUA, Alexandre Ramagem já custou R$ 532 mil aos cofres públicos
reprodução Condenado por tentativa de golpe de Estado, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) já custou R$ 532 mil aos cofres públicos desde que deixou o Brasil, em setembro deste ano. O parlamentar está nos Estados Unidos e é considerado foragido da Justiça.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o início do cumprimento da pena de 16 anos de prisão, o que só poderá ocorrer caso Ramagem seja extraditado.
Gastos com gabinete e salários
A maior parte das despesas está relacionada às verbas de gabinete. Foram R$ 133.111 em setembro e R$ 133.137,01 em outubro e novembro. O valor é utilizado, atualmente, para o pagamento dos salários de 17 secretários parlamentares em exercício. Ao todo, esse montante soma R$ 399.385,02.
Mesmo fora do país, Ramagem também recebeu salário parlamentar. Em setembro e outubro, o valor bruto foi de R$ 46.366,19 por mês. Em novembro, houve pagamento parcial, no valor de R$ 4.192,47. Em três meses, o custo total com remuneração chegou a R$ 96.924,85.
Cota parlamentar
As despesas com a cota parlamentar — que cobre gastos como combustível, passagens aéreas e telefonia — também continuaram sendo registradas. Em setembro, o valor foi de R$ 14.594,78; em outubro, R$ 21.307,25; e, em novembro, apenas R$ 230. A soma no período alcança R$ 36.132,03.
Conforme revelou O GLOBO no fim do mês passado, o gabinete de Ramagem apresentou, em ao menos três ocasiões, notas fiscais de abastecimento em horários em que o deputado participava remotamente de votações na Câmara. Os registros indicam que as despesas teriam sido feitas por terceiros, prática proibida pelas regras internas da Casa.
Saída clandestina do país
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira que Ramagem deixou o Brasil de “forma clandestina”, sem passar por postos migratórios. Segundo ele, a investigação busca identificar o grupo que auxiliou o parlamentar na fuga.
No último sábado, a PF prendeu o empresário Celso Rodrigo de Mello, filho do dono de garimpos Rodrigo Cataratas, sob suspeita de envolvimento no plano de evasão.
— A rota foi clara. Foi via Guiana, saindo clandestinamente do Brasil, não passando por nenhum ponto migratório, embarcando do aeroporto de Georgetown para Miami. Esse foi o caminho, a investigação agora segue para ver se há outros envolvidos e quais são as circunstâncias — disse Andrei Rodrigues.