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Estado de Goiás,16/12/2025

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    Moraes classifica atuação da PRF no 2º turno de 2022 como “um dos momentos mais vexatórios” da instituição

    Folha de S. Paulo
    Moraes classifica atuação da PRF no 2º turno de 2022 como “um dos momentos mais vexatórios” da instituição reprodução

    O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (16) que o segundo turno das eleições de 2022 foi “um dos momentos mais vexatórios de uma instituição respeitada como a Polícia Rodoviária Federal”.

    A declaração foi feita durante o julgamento do núcleo da trama golpista que envolve Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF no governo Jair Bolsonaro (PL). Em seu voto, Moraes mencionou a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que o Ministério da Justiça elaborou um plano para dificultar que eleitores de Lula (PT) chegassem aos locais de votação, por meio da concentração de blitze policiais em cidades onde o petista havia obtido votação mais expressiva no primeiro turno.


    Julgamento na Primeira Turma

    A Primeira Turma do STF julga nesta terça-feira (16) os réus do núcleo da trama golpista formado por integrantes do governo Bolsonaro que ocupavam cargos estratégicos e que, segundo a PGR, articularam medidas para viabilizar um golpe de Estado.

    Após o voto de Moraes, ainda se manifestam os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.


    “Salvacionismo megalomaníaco”

    Segundo Moraes, as provas indicam que havia, no núcleo julgado, “um discurso salvacionista, mas de salvar o povo de votar nas eleições e o povo escolher democraticamente os seus líderes”. O ministro classificou a conduta como “um salvacionismo megalomaníaco”.

    Relator do processo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) à época dos fatos, Moraes afirmou que já havia, naquele período, a compreensão de que qualquer operação destinada a obstaculizar o acesso do eleitor às urnas configuraria crime contra a democracia.


    Blitze e reação do TSE

    O ministro relatou que, no domingo do segundo turno, o TSE foi surpreendido por imagens divulgadas nas redes sociais e em reportagens que mostravam bloqueios da PRF em redutos eleitorais de Lula.

    As denúncias contra o núcleo julgado incluem cinco crimes:



    • tentativa de abolição do Estado democrático de Direito;




    • golpe de Estado;




    • organização criminosa armada;




    • dano qualificado;




    • deterioração do patrimônio tombado.




    Minuta golpista e acusações

    Além das blitze da PRF, o julgamento também envolve o ex-assessor presidencial Filipe Martins, acusado de ter apresentado a primeira versão da chamada minuta golpista.

    O documento continha uma série de “considerandos”, com fundamento técnico e jurídico para a ação. De acordo com a denúncia, Bolsonaro pediu edições no texto e, em seguida, apresentou a proposta aos chefes das Forças Armadas.

    O ex-presidente, porém, afirmou ao Supremo que nunca teve contato com uma minuta que embasasse uma ruptura democrática em 2022.


    Caso do general Mário Fernandes

    Entre os réus, o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, é apontado como um dos casos mais graves. A Polícia Federal encontrou em posse do militar documentos que tratariam do planejamento do assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Alexandre de Moraes, com uso de armas militares ou envenenamento em evento público.

    Em interrogatório no STF, o general afirmou que o arquivo “Punhal Verde e Amarelo”, localizado em seu computador, consistia em “pensamentos digitalizados” e que nunca foi compartilhado.


    Quem são os denunciados

    Os réus do chamado segundo núcleo são:



    • Silvinei Vasques;




    • Filipe Martins;




    • Fernando de Souza Oliveira (ex-integrante do Ministério da Justiça);




    • Marcelo Costa Câmara (ex-assessor da Presidência);




    • Marília Ferreira (ex-integrante do Ministério da Justiça);




    • Mário Fernandes.



    Até o momento, o STF já condenou 24 réus. Em 18 de novembro, a Primeira Turma absolveu, pela primeira vez, um dos envolvidos: o general da reserva Estevam Theophilo, por falta de provas.


    Organização criminosa e monitoramento

    Segundo a PGR, Bolsonaro e aliados integraram uma organização criminosa entre 29 de junho de 2021 e 8 de janeiro de 2023.

    A denúncia aponta ainda que a então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira, solicitou um relatório para detalhar os locais onde Lula havia obtido mais votos.

    A Procuradoria sustenta que Silvinei Vasques seguiu instruções do Ministério da Justiça e direcionou recursos para “inviabilizar ilicitamente que Jair Bolsonaro perdesse o poder”.

    Já o ex-assessor Marcelo Costa Câmara teria monitorado a localização de Alexandre de Moraes após a eleição. Ele afirma que utilizou apenas fontes abertas, como agendas públicas, depois de Bolsonaro suspeitar que o vice-presidente Hamilton Mourão mantinha encontros reservados com o ministro do STF.




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