Zezé Di Camargo pede retirada de especial de Natal do SBT após evento com Lula e Moraes
reprodução O cantor Zezé Di Camargo usou as redes sociais, na madrugada desta segunda-feira, para anunciar a intenção de romper com o SBT após a presença do presidente Lula, do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de outros políticos no evento de lançamento do SBT News, realizado na última sexta-feira.
Zezé gravou o Especial de Natal “É Amor”, previsto para ir ao ar no próximo dia 17, mas afirmou que não quer que a atração seja exibida.
Crítica à postura do canal
Segundo o cantor, a condução do evento não condiz com seu pensamento nem, segundo ele, com o que representaria o legado de Silvio Santos, fundador do SBT, morto em agosto do ano passado.
— Eu vi o que aconteceu no SBT nos últimos dias, na inauguração do SBT News. E juro por Deus que isso não faz parte do meu pensamento. Não tenho nada contra ninguém, eu peço que o Brasil se saia da melhor forma possível. Torço pelo povo brasileiro porque eu vivo e dependo do povo brasileiro. Mas, diante da situação que eu vi, das pessoas mudando totalmente a maneira de pensar, principalmente das filhas do Silvio Santos, pensando totalmente diferente do que o pai pensava... —
Zezé afirmou que decidiu se posicionar mesmo após investir tempo e trabalho na gravação do especial.
— Eu não quero decepcionar as pessoas que pensam diferente. Se puderem fazer um favor para mim, tirem meu especial do ar. A partir do momento que as pessoas pensam diferente do que o pai pensava, do que grande parte do Brasil pensa, do que eu penso, para mim não faz sentido colocar esse especial no ar —
O cantor também declarou que “filho que não honra pai e mãe não existe”.
Evento foi marcado por tom cordial entre adversários políticos
O lançamento do SBT News chamou atenção pelo clima amistoso entre políticos de campos opostos. O presidente Lula dividiu o espaço com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), adversário político e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O encontro teve risadas, cumprimentos e uma breve conversa sobre temas como a Enel, exercícios físicos e indicadores econômicos. Lula chegou atrasado ao evento e permaneceu pouco tempo na sala vip, mas se encontrou com Tarcísio no estúdio.
Após cumprimentos formais, os dois conversaram rapidamente, inclusive sobre apagões em São Paulo. O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), pediu ajuda do governo federal para lidar com a crise energética.
Discursos pediram diálogo e convergência
Em seu discurso, Tarcísio defendeu o diálogo em meio à polarização política:
— Às vezes se odeiam simplesmente porque pensam diferente. Logo aqui, no Brasil, o país do sincretismo, o país da tolerância, está na hora de mudar essa chave. Está na hora de dar a volta por cima. Nós podemos sim pensar diferentes. O debate vai acontecer na arena política. Mas a gente tem como construir a convergência. Um projeto de futuro —
Lula mencionou o governador ao destacar dados econômicos positivos:
— Hoje é um dia importante por três razões. A primeira, porque eu estava vendo uma matéria nos jornais e todos os prognósticos negativos contra a economia brasileira, anunciados no início de janeiro, não deram certo, Tarcísio. Tudo melhorou no meio de outubro —
Aproximações e conversas informais
Antes da chegada do presidente, Tarcísio conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o ex-jogador Alexandre Pato, genro de Silvio Santos. O encontro teve tom informal e incluiu lembranças familiares.
Também houve interação entre Tarcísio e Geraldo Alckmin, além de conversas com Ronaldo Fenômeno. O ministro Alexandre de Moraes chegou a tirar foto com Pato.
Segundo Alckmin, a interação com o governador foi rápida e tranquila.