Déficit bilionário trava investimentos e agrava desigualdades em Goiás
Reprodução As contas públicas de Góias é tipo uma fera, um bicho arredio e que não se permite a domas!
Ora...
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) acaba de trombetear para o governo de Caiado. É que há um déficit , um passivo imenso de 4,96 bilhões de reais nas rubricas estatais.
É um "negativo" enorme e que, claro, rebate na própria capacidade de investimento do Estado, no aprimoramento e na ampliação de políticas públicas, no imperativo constitucional do combate à miséria e, evidentemente, no desafio da desigualdade regional ou intra-regional.
Goiás possui uma escoliose gravíssima! Com pontos altos e baixos.
No "alto" está a região metropolitana de Goiânia e a trinca Goiânia/Anápolis/Entorno de Brasília. No "baixo", são dezenas e dezenas de municípios situados, sobretudo, no norte/nordeste do Estado, de baixa ou muito baixa relevância econômica.
É por isso que o ATIVO deve ser maior do que o PASSIVO porque há uma realidade a ser reconstruída.
Diz o governo que isso "não é problema estrutural, ao contrário, é estratégia, inteligência administrativa" para acelerar investimentos por todo o Estado.
Bom...
Desde o "dia UM" do ciclo Caiado, o governo tratou de compor poupança interna e, de fato, o fez só que por meio do maior arrocho orçamentário da história econômica de Goiás.
O lastro da "poupança" e que Caiado conseguiu compor só foi possível por intermédio da precarização de toda a educação pública e estadual goiana, pelo contingenciamento de orçamentos da saúde, da assistência e da previdência pública.
A "poupança" de Caiado se deu a partir da maior onda de exclusão e pauperismo da história desse Estado e que, de fato, o senhor Caiado fez, engendrou como se não houvesse amanhã.
Peitou leis, códigos, juízes, desembargadores e... Deitou e rolou!
A paupérrima UEG, por exemplo, sequer tem orçamento; vive socada e atrepada no escaninho da educação média; o IPASGO como tal, acabou; aliás, o derradeiro prego no caixão do morto fora um inflacionado de 30% em todos os dependentes e usuários do Plano e recentemente aprovado pelos "bate-paus" do caiadismo.
Caiado apenas fez... Atropelou conselhos, portarias e indicativos técnicos e... Fez!
Tem mais... Não há qualquer debate sobre cidades com até vinte mil habitantes. É como se Goiás fosse SOMENTE suas dez maiores economias e... Ponto final!
Bom... Restou o discurso geronto-macho do governador e que insiste em nos dizer de que vivemos no Nirvana, no Ágape dos Apóstolos ou n'alguma sucursal do paraíso. Sua performance causa, é claro, vertigem, fissura e arrepios nos reacionários eleitores goianos.
Por fim, é conta que não se paga, a não ser no impensável crescimento goiano com taxas chinesas, o que economicamente nos parece ser algo impossível.
Resumo da ópera: temos uma conta impagável, os investimentos públicos e sociais caem expressivamente por determinação e compromisso bancário, sessenta por cento de Goiás é econonomicamente irrelevante e o quadro político é absolutamente incerto.
Pior prospecto não há!
Angelo Cavalcante - Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.