PL retoma pressão por anistia na Câmara, mas já dá jogo por perdido no Senado
Reprodução O PL, partido de Jair Bolsonaro, voltou a cobrar do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que a pauta da anistia avance. A pressão cresceu após a divulgação do acórdão que condenou o ex-presidente a 27 anos de prisão por tentativa de golpe. Pessoas próximas à defesa de Bolsonaro avaliam que ele pode ser preso em até 15 dias.
Dentro do partido, há consenso de que o melhor cenário seria uma redução de pena — prevista no projeto de lei da dosimetria, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Publicamente, porém, o discurso é de que o PL vai insistir para que o texto inclua um destaque que conceda anistia a Bolsonaro.
Nos bastidores, o partido reconhece que a proposta dificilmente será aprovada, já que no Senado a chance de avançar é praticamente zero. A estratégia é vender à opinião pública — e ao próprio Bolsonaro — a narrativa de que o PL fez sua parte e que o impasse ficou no Senado.
A sigla aposta em responsabilizar o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), pelo provável arquivamento do tema. Alcolumbre já afirmou que não há clima político para discutir anistia e não tem mantido diálogo com o relator do projeto na Câmara.
Enquanto isso, Bolsonaro continua recebendo visitas de correligionários do PL em sua prisão domiciliar. Nenhum deles, porém, teve coragem de revelar as reais dificuldades da proposta. O ex-presidente segue afirmando que só decidirá quem apoiará na disputa presidencial depois da aprovação do perdão — que, por ora, não tem perspectiva de acontecer.