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Estado de Goiás,20/10/2025

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    CPI do INSS impulsiona parlamentares nas redes e visibilidade eleitoral para 2026

    Folha de S. Paulo
    CPI do INSS impulsiona parlamentares nas redes e visibilidade eleitoral para 2026 O relator da CPI do INSS, Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), e o presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), no dia em que assumiram o comando da comissão - Gabriela Biló - 20.ago.25/Folhapress

    Os parlamentares da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS têm aproveitado a visibilidade proporcionada pelas investigações para se promover. O número de seguidores de alguns deles praticamente dobrou, o que pode impulsionar seus planos eleitorais para 2026.

    Dados obtidos pela reportagem mostram que o colegiado tem mantido um nível de atenção relativamente estável sobre o tema, ainda que sem o mesmo poder de pautar o debate público da operação da Polícia Federal que expôs as fraudes na Previdência ou do vídeo que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) divulgou sobre o assunto na época.

    O presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), quase dobrou seu número de seguidores. Até mesmo aliados do governo federal têm obtido ganhos de visibilidade. As informações estão em um levantamento elaborado pela consultoria Bites a pedido da Folha.

    A primeira reunião da comissão foi a que mais obteve atenção das redes. Houve uma surpresa naquele dia: a oposição conseguiu emplacar o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente e o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator.

    Viana passou de 363,7 mil seguidores no início da CPI para 696,4 mil em 13 de outubro. Ele quer se reeleger como senador em 2026 e tem uma campanha difícil pela frente.

    O congressista disputou o Governo de Minas Gerais em 2022 e terminou o primeiro turno com 7,23% dos votos. Em 2024, tentou ser prefeito de Belo Horizonte e obteve 1%. Ele foi eleito senador em 2018 na onda bolsonarista, mas se afastou do grupo.

    Pesquisas eleitorais têm mostrado uma reação de Viana. Adversários do senador avaliam nos bastidores que a visibilidade proporcionada pela presidência da CPI aumenta seu eleitorado potencial.

    A ressalva é se esse ganho terá fôlego até outubro de 2026, quando a eleição será realizada, já que a CPI terminará em março.

    O relator, Alfredo Gaspar, passou de 358,1 mil seguidores para 541,7 mil (crescimento de 51%). Ele é cotado para disputar uma vaga de senador. Em 2020, ele disputou a Prefeitura de Maceió, foi para o segundo turno e obteve 41,26% dos votos.

    Gaspar costuma fazer acusações frontais contra depoentes da CPI durante as reuniões. Também passou a exibir slides onde seu nome aparece e a conduzir os interrogatórios de pé em vez de sentado, como é mais comum em comissões. Tudo é transmitido em vídeo.

    A postura do relator foi questionada na reunião de 6 de outubro. "Cada um de nós parlamentares, quando formos falar, poderemos mandar colocar o nosso nome ali em destaque?", disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

    "Está utilizando a CPMI para fazer propaganda eleitoral", declarou o deputado Alencar Santana (PT-SP). Presidente do colegiado, Viana disse que os demais integrantes poderiam fazer o mesmo. Gaspar não fez comentários na ocasião.

    Integrantes da CPI e assessores de congressistas ouvidos pela reportagem reservadamente afirmam que os momentos de embate ou de palavras fortes contra os depoentes são os que mais engajam os eleitores. Essa lógica funcionaria inclusive para governistas, que têm como principal missão no colegiado defender a gestão Lula.

    Alencar Santana, por exemplo, emplacou uma das postagens com mais interações da CPI até agora, com 90 mil curtidas no Instagram. Trata-se de um vídeo em que o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, discute em seu depoimento com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

    A postagem campeã de curtidas na CPI até agora, conforme o levantamento, é do opositor Marcel Van Hattem (Novo-RS), com 438 mil.

    O escândalo foi exposto pela operação Sem Desconto em 23 de abril. Naquele dia, o número de menções ao tema ficou próximo de 300 mil considerando as redes socais abertas —ou seja, sem contar trocas de mensagens privadas.

    As menções diminuíram para cerca de 200 mil ao dia até 7 de maio. Quando Nikolas Ferreira criticou o governo devido ao escândalo em um vídeo que viralizou, as menções ao assunto ficaram próximas de 350 mil.

    Desde que a CPI foi instalada, em 20 de agosto, são realizadas duas reuniões por semana. Segundo os dados da Bites, o número de menções ao tema nas redes sociais varia de 57 mil a 127 mil por dia.

    O diretor técnico da Bites, André Eler, disse que o assunto das fraudes no INSS se mantém no debate público por ser um tema de fácil entendimento e, principalmente, pelo impacto efetivo na vida de beneficiários.

    Ele também mencionou a capacidade dos grupos de direita de manter o tema em alta na tentativa de desgastar o governo Lula. Esses fatores possibilitariam que os integrantes da CPI tenham ganhos de imagem junto ao eleitorado.

    "Estamos falando de pessoas que não têm projeção nos temas mais nacionais e não costumam ter tanto protagonismo. Quando aparece um tema desses, eles conseguem de alguma forma fazer ressoar as ideias", declarou Eler.




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