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Estado de Goiás,20/10/2025

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    Se quiser apoio a candidatura, Tarcísio precisa agradar o centro, e não o bolsonarismo, diz Leite

    O Globo
    Se quiser apoio a candidatura, Tarcísio precisa agradar o centro, e não o bolsonarismo, diz Leite O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no Senado, em Brasília — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

    Apesar de o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já ter manifestado em mais de uma oportunidade a disposição de apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma eventual candidatura a presidente em 2026, um de seus principais concorrentes, o governador gaúcho, Eduardo Leite, filiado este ano ao partido de Kassab, cobra do político um discurso mais direcionado ao centro, e não à base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    — Eu tenho dito o seguinte: se o governador Tarcísio deseja ser candidato e ter o nosso apoio, não somos nós que vamos fazer o movimento para um discurso bolsonarista, mas ele que precisa de um posicionamento mais ao centro e mais afastado do bolsonarismo — afirmou Leite, antes de almoço com empresários em São Paulo, nesta segunda. — Os partidos do centro não devem bolsonarizar ou radicalizar o seu discurso. Pelo menos, não da minha parte, e não daquilo que eu acredito.

    Tarcísio articulou recentemente, no Congresso, pela proposta de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e aos condenados por tentativa de golpe de estado, o que poderia beneficiar Bolsonaro, de quem foi ministro e a quem deve sua ascensão política. Além disso, em manifestação na Avenida Paulista, no Dia da Independência, chamou de “tirano” o ministro Alexandre de Moraes, relator da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) que veio a condenar Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão.

    — Em todos os contextos que tive com ele, ele apresentou uma postura muito razoável, de gestor centrado e preocupado em melhorar a performance do governo — pondera Leite. — Talvez, no caso dele, diga respeito a uma questão de lealdade a alguém que lhe abriu espaço na sua trajetória, enfim, o que é compreensível. Eu não saberia dizer o quanto daquela manifestação dele, dentro de uma plateia de quase 40 mil pessoas, corresponde ao seu sentimento mais profundo ou o quanto que ele foi conduzido àquela situação. Mas ele tem uma trajetória maior do que aquilo, vejo uma pessoa preocupada com a gestão pública, com o país e, acredito, um democrata.

    Leite também minimizou jantares anteriores realizados por Kassab em favor da candidatura de Ratinho Júnior, governador do Paraná, dizendo que ele mesmo deve participar de eventos em associações comerciais em São Paulo em novembro. Ele rejeita a ideia de que o filho do apresentador de TV seja a “bola da vez” na ausência de Tarcísio e alega que oferece um “discurso independente” do presidente Lula e também de Bolsonaro, que pode vir a ser o caminho escolhido para aglutinar a centro-direita.

    — O governador Ratinho é um nome importante, que está há mais tempo do que eu, inclusive, no partido. Vejo com naturalidade esse entrosamento maior dentro da direção partidária, mas a decisão da candidatura depende do contexto, da circunstância. Eu entendo que eu consigo oferecer algo de diferente entre todos esses nomes que estão aí que é uma capacidade de fazer um discurso mais independente. Porque, justamente, nessas últimas eleições, eu não abracei nem o Lula nem o Bolsonaro, e quase paguei o preço disso por estar num ambiente muito polarizado — declara o gaúcho.

    Leite também minimizou a tendência de recuperação de popularidade do presidente Lula nas pesquisas mais recentes, ancorando esse resultado na atuação do filho “03” do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump determinou um “tarifaço” contra as exportações brasileiras, justificando a medida por uma suposta “perseguição” jurídica a Bolsonaro, e aplicou sanções contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF.

    — Essa recuperação de popularidade do presidente Lula ainda é muito tênue. Não dá para dizer que ele passou a ser um presidente largamente aprovado, ou mesmo diminuiu a sua reprovação, porque é relativo. Em relação ao bolsonarismo, ele se tornou melhor (avaliado), por causa do que o Eduardo Bolsonaro fez nos Estados Unidos, contra os interesses nacionais, e que gerou essa percepção na população. Mas não é como se a população brasileira tenha passado a aprovar o Lula.

    Leite diz ainda que vê “muita disposição” de Eduardo Bolsonaro tentar concorrer a presidente, ainda que sob situação jurídica delicada, e que seria mais “saudável” para a esquerda procurar algum outro candidato além de Lula, que participou de sete eleições presidenciais:

    — Assim, por mais que a nossa democracia permita isso, seria mais saudável que houvesse, no seu próprio campo político, a possibilidade de passagem de bastão — opina o governador. — Quando escolheu a Dilma, não escolheu alguém com uma trajetória política, fez uma escolha em alguém que pudesse depender mais dele, aparentemente. Então, acho que há um espaço e um desejo das pessoas de poder ir para a urna para votar a favor de alguma coisa, não simplesmente contra. Porque boa parte das pessoas que votaram, seja no Lula ou no candidato bolsonarista, estão votando contra o outro.




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