O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta terça-feira (21) para uma missão oficial no Sudeste Asiático, com agenda marcada para os dias 23 e 24 em Jacarta, Indonésia, e 25 e 26 em Kuala Lumpur, Malásia. Sua participação na 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) coloca-o em posição estratégica para um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para o domingo, 26 de outubro.

A possibilidade de um encontro entre os dois líderes foi confirmada após uma videoconferência realizada em outubro, na qual discutiram temas como comércio bilateral e mudanças climáticas. Na ocasião, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para liderar as negociações comerciais com o Brasil. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, viajou a Washington para avançar nas discussões sobre a redução das tarifas impostas pelos EUA, que chegaram a 50% sobre produtos brasileiros, incluindo café e carne bovina. Essas tarifas haviam sido implementadas no contexto de disputas políticas e econômicas entre os dois países, e a expectativa é que o encontro em Kuala Lumpur permita destravar as negociações.

O encontro entre Lula e Trump na Malásia ainda depende da compatibilidade das agendas, já que o presidente americano permanecerá no país por um período limitado. Caso se concretize, a reunião terá foco no comércio bilateral, especialmente na revisão das tarifas, e poderá marcar o início de uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Além disso, o governo brasileiro reiterou o convite para que Trump participe da COP30, prevista para novembro em Belém, Pará, e expressou disposição para uma visita oficial aos Estados Unidos, reforçando o interesse mútuo em fortalecer a cooperação entre as duas democracias.

A expectativa é que o encontro, se realizado, seja um marco na retomada do diálogo entre Brasília e Washington, contribuindo para a resolução de questões comerciais pendentes e consolidando o papel do Brasil em fóruns internacionais estratégicos, como a ASEAN e a conferência climática da ONU.