Aprovação do governo Lula cresce sete pontos e atinge 50%, diz pesquisa Pulso Brasil/Ipespe

A aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu sete pontos percentuais em um intervalo de dois meses e atingiu 50%, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgada nesta quinta-feira (25). O índice ficou numericamente acima da desaprovação, que é de 48%.
O instituto entrevistou 2.500 pessoas em todas as regiões do país entre os dias 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95,45%.
Em relação à pesquisa anterior, divulgada em julho, além do crescimento da aprovação do governo, houve um recuo no índice de desaprovação. Em julho, a desaprovação estava em 51%, e agora, em 48%.
A pesquisa mostra que a aprovação do governo é mais alta entre eleitores de esquerda (95%), mas superou a desaprovação também entre eleitores de centro (49%) e da classe média (51%).
Segundo o instituto, a melhoria na percepção do noticiário sobre o governo e o acontecimento ao tarifaço influenciaram os índices de setembro. A coleta também ocorreu após a aprovação, na Câmara, da chamada PEC da blindagem, que repercutiu de forma negativa na sociedade. Lula se posicionou contra o texto e, no domingo (21), milhares de pessoas foram às ruas em protestos organizados por movimentos populares, artistas e partidos de esquerda.
A proposta, que dificultava a abertura de ação judicial contra deputados e senadores, foi arquivada ontem pelo presidente do Senado, David Alcolumbre, após votação unânime da CCJ pela rejeição do projeto.
A pesquisa não captou, no entanto, os discursos de Lula e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (23). Trump disse que os dois se encontraram e se abraçaram, que “pintou uma química” entre eles, e anunciou um encontro para a próxima semana.
Avaliação da Câmara piora
A pesquisa também indica piora na avaliação da Câmara dos Deputados: 70% dos entrevistados desaprovaram a atuação da Casa, ante 63% em julho. A aprovação caiu de 24% para 18%. Outros 12% não souberam responder.
Segundo o levantamento, o desgaste está associado a episódios recentes, como o motim de agosto, em que deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam o plenário da Câmara após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão domiciliar do ex-presidente, além da tramitação da PEC da blindagem.
Avaliação do Senado tem oscilação positiva
A aprovação do Senado oscilou em setembro. A pesquisa mostra que 26% dos brasileiros aprovam a atuação da Casa, ante 25% em julho. Já a desaprovação recuou de 61% para 59%. Outros 15% não souberam responder.
O movimento resultou em uma melhoria do saldo, ainda que o desempenho do Senado siga amplamente desaprovado pela maioria da população. Diferentemente da Câmara dos Deputados, com as recentes discussões em torno da proposta de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, o Senado não esteve no centro de pautas polêmicas recentes, o que contribuiu para estabilizar sua imagem.
A derrubada da PEC da blindagem, no entanto, aconteceu após as entrevistas. Na semana passada, depois da aprovação pela Câmara, o presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), já havia se posicionado contra o texto.