Eduardo Bueno o 'Peninha' é demitido do Senado após comemorar morte de ativista da direita

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou nesta quarta-feira (17) o afastamento do historiador e escritor Eduardo Bueno, conhecido como Peninha, do Conselho Editorial da Casa. A decisão foi tomada após pressão de parlamentares, que classificaram como "asquerosas" as declarações de Peninha em vídeo onde ele comemorava o assassinato do ativista político norte-americano Charlie Kirk, ocorrido em 10 de setembro.
O vídeo de Bueno gerou ampla repercussão negativa nas redes sociais, incluindo críticas de deputados. Nas imagens, o historiador afirma que é “terrível um ativista ser morto por ideias, exceto quando é Charlie Kirk” e chega a dizer que as filhas do influenciador vão se beneficiar em crescer sem o pai. Ele sorri e bate palmas enquanto faz as declarações.
Após a repercussão, Bueno publicou outro vídeo em seu perfil no Instagram no sábado (13.set), admitindo que havia cometido deslizes, mas que sua retratação era seguida por um “rosário de poréns”. No domingo, ele voltou a se manifestar, dizendo que errou na forma ao falar sobre a morte de uma “figura horrorosa e desprezível”, negando ter celebrado a morte de Kirk, mas mantendo críticas ao ativista.
Davi Alcolumbre lamentou o ocorrido e afirmou que deveria ter tomado providências imediatas ao tomar conhecimento do vídeo. Em resposta à cobrança apresentada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), ele declarou:
"Eu quero pedir desculpa ao Brasil, porque, no dia e na hora em que esse vídeo chegou ao meu conhecimento, era para eu ter demitido esse rapaz, porque, se a gente está criticando lá, a gente tem que fazer cá."
Segundo Alcolumbre, o presidente do Conselho Editorial, Randolfe Rodrigues, já havia afastado Eduardo Bueno antes mesmo de uma intervenção da Presidência:
"Um absurdo aquele vídeo. Liguei para o presidente do Conselho Editorial, senador Randolfe Rodrigues, e disse: 'Vídeo de retratação não vai resolver. Procure esse rapaz que você contratou e demita-o'. Se ele não fosse demitido, eu o faria amanhã. Ele já afastou esse servidor, e não precisou que esta Presidência o afastasse."
A cobrança pela saída de Eduardo Bueno reuniu quase 40 assinaturas de senadores. Em Plenário, o senador Rogério Marinho reforçou sua posição contra discursos de ódio:
"Nós não podemos conviver e nem esta Casa deve acolher pessoas que declaradamente fazem discursos de ódio, que comemoram assassinatos e que hoje fazem parte do assento nesta Casa, em uma das cadeiras mais importantes, que é o nosso Conselho Editorial."