O ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz, prestará depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (3), no âmbito do inquérito que investiga as chamadas fake news. O depoimento está marcado para as 15h, na sede da PF em Brasília.

Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, a Polícia Federal pretende concluir as investigações ainda em 2025. O inquérito apura a existência do chamado “gabinete do ódio”, uma estrutura supostamente comandada pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), da qual Tércio Arnaud faria parte.

O objetivo das apurações é identificar a rede que atuava dentro do Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro, disseminando notícias fraudulentas, falsas comunicações de crimes, denúncias caluniosas, ameaças e difamações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As ações eram feitas por meio de divulgação massiva nas redes sociais.

Tércio Arnaud, que gerenciou as redes sociais de Bolsonaro na campanha de 2018 e permaneceu no Planalto durante o governo, é apontado pela PF como um dos responsáveis pela propagação de notícias falsas contra adversários políticos do ex-presidente. O depoimento será acompanhado pelo advogado Eduardo Kuntz.

O nome de Tércio já consta na lista de indiciados pela Polícia Federal desde novembro de 2024. Contudo, ele não foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Contexto do “gabinete do ódio”

O chamado “gabinete do ódio” refere-se ao grupo de comunicação digital liderado por Carlos Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto. Esse grupo era responsável por publicações nas redes sociais que atacavam opositores políticos e ministros do STF.

De acordo com delação prestada em 2023 pelo ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid, Carlos Bolsonaro coordenava as estratégias digitais já desde a campanha eleitoral de 2018. Após a posse de Bolsonaro, os ex-servidores Tércio Arnaud e Mateus Sales Gomes passaram a integrar a equipe responsável por essas ações digitais.