Nátaly Neri sobre trabalho de influenciadora: 'Publi é o que me sustenta'

O Brasil já soma mais de 500 mil influenciadores só no Instagram, conforme aponta uma pesquisa realizada pela Nielsen. Mas será que todos exercem uma boa influência? No 'Acessíveis', a cientista social e influenciadora Nátaly Neri criticou o impacto negativo de certos criadores de conteúdo nas redes sociais e apontou o que considera prejudicial: "Vamos começar pelo básico, né? Bets [apostas esportivas]. E eu acho que o consumo desenfreado", afirmou.
Para Nátaly, há criadores que causam danos intencionais à comunidade que os segue, em troca de lucro. "Existem pessoas muito malignas. Que causam impactos negativos propositalmente pra ganhar dinheiro. É assustador descobrir isso" , criticou.
Ela também apontou o perigo da cultura de ostentação promovida por influenciadores digitais, principalmente quando associada ao luxo extremo. "Eu nunca me importei com marca, de repente, eu sei tudo sobre Birkin Bags. (...) E por que, de repente, eu estou sendo tão invadida por esse conteúdo? Porque as pessoas estão no seu ônibus, indo trabalhar às seis da manhã, falando 'a birking dela é falsa'", disse, destacando a distância dessa realidade da vida da maioria dos brasileiros.
A cientista social também chamou a atenção para a importância de influenciadores olharem para suas audiências como pessoas e não apenas números.
"O que separa muito a boa influência da má influência é exatamente aquilo: olhar como bolso ou olhar como pessoas. A partir do momento que você entende que é uma comunidade de pessoas que sim, é inteligente, autônoma, pode fazer as suas próprias escolhas, mas vai olhar pra você como um guia, como um curador, como uma referência. Você tem sim responsabilidade sobre as coisas que você fala, né?" disse Nátaly Neri.
Com um olhar para o futuro, a influenciadora Nátaly Neri também falou sobre o uso de inteligência artificial e fez previsões sobre a internet. "Eu mesma consumo inteligência artificial, faço uso, mas tem os seus limites também, principalmente quando a gente fala de arte, de design, de desenho, as coisas ficam bem mais complexas, né? [Agora] falando sobre o fim da internet ou não, eu não acredito no fim da internet", contou.