A Igreja Católica acaba de eleger um novo papa. Nesta quinta-feira, 8, o Vaticano anunciou que o cardeal americano Robert Francis Prevos será o 267º pontífice, adotando o nome de Leão XIV.

A apresentação do novo Sumo Pontífice ocorreu diretamente da Sacada da Sala da Bênção da Basílica de São Pedro, no Vaticano, feita pelo primeiro dos cardeais diáconos, o cardeal Dominique Mamberti.

Enquanto aguardavam o anúncio, vários dos fiéis levantavam bandeiras de vários países, como Espanha, Argentina, México e Brasil, além de gritar em coro 'olê, olê, olê, olê'.

Quem é

O cardeal Robert Francis Prevost, 69 anos, é um poliglota nascido em Chicago, reconhecido como um eclesiástico que ultrapassa fronteiras. Ele passou duas décadas no Peru, onde se tornou bispo e cidadão naturalizado, além de ter liderado sua ordem religiosa em nível internacional. Atualmente, ele ocupa um dos postos mais influentes na Santa Sé.

Enquanto diversos grupos ideológicos debatem entre manter a agenda inclusiva do Papa Francisco ou retornar a uma abordagem doutrinária conservadora, os apoiadores do cardeal Prevost o veem como uma opção equilibrada entre os "potificáveis" — como são chamados os possíveis candidatos ao papado.

O padre Michele Falcone, de 46 anos, que pertence à Ordem de Santo Agostinho (anteriormente liderada por Prevost), descreveu seu mentor e amigo como um "meio-termo digno". O cardeal compartilha com Francisco o compromisso com os pobres e os migrantes, além de buscar se conectar com as pessoas em suas realidades. No ano passado, ele afirmou ao site oficial do Vaticano que "o bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino". Pelo contrário, afirmou que o líder da Igreja é "chamado, de forma autêntica, a ser humilde, estar próximo do povo que serve, caminhar com ele, sofrer com ele".

Nomeado por Francisco em 2023 para liderar o escritório do Vaticano que se encarrega da nomeação e administração de bispos globalmente, o cardeal Prevost passou a maior parte de sua vida fora dos Estados Unidos. Ordenado em 1982, aos 27 anos, ele obteve um doutorado em direito canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma. No Peru, atuou como missionário, pároco, professor e bispo. Como líder da ordem dos agostinianos, realizou visitas a ordens ao redor do mundo e é fluente em espanhol e italiano.

O cardeal acredita que o núcleo da Igreja Católica Romana "não se encontra nos EUA ou no Atlântico Norte", conforme declarações de Raúl E. Zegarra, professor assistente de estudos teológicos católicos na Escola de Teologia de Harvard.

Dada sua vasta experiência internacional, seu entendimento sobre os Estados Unidos e seu trabalho na hierarquia do Vaticano, afirmou Marco Politi, um experiente analista do Vaticano em Roma.