A tensão entre a Casa Branca e a Universidade Harvard ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (5), quando o governo de Donald Trump anunciou a suspensão de recursos para novas bolsas de pesquisa até que a universidade atenda a uma série de exigências.

Em uma carta dirigida à instituição, a secretária de Educação, Linda McMahon, reiterou que Harvard precisa abordar questões de antissemitismo no campus e revisar políticas relacionadas à raça dos alunos. Além disso, McMahon acusou a universidade de abandonar a busca pela "excelência acadêmica", apontando que a instituição emprega "relativamente poucos" professores conservadores. "Harvard não deve mais buscar bolsas federais, uma vez que nenhuma será concedida", disse McMahon, sem especificar o montante bloqueado.

Este movimento é parte de uma nova estratégia do governo Trump, que já enfrentou desafios legais em suas tentativas de bloquear fundos existentes, resultando em disputas judiciais.

Trump tem pressionado universidades americanas com a ameaça de cortar subsídios caso não atendam a suas demandas. Harvard, sendo a primeira grande universidade a desafiar o presidente, está no centro da disputa.

Em resposta, Trump intensificou suas ações, inclusive reafirmando, no dia 2, sua intenção de retirar o status de isenção fiscal de Harvard, dizendo: "É o que eles merecem."

O presidente tem rotulado várias instituições de educação e mídia como esquerdistas e marxistas. Sua justificativa para as ações contra as universidades é que essas instituições não tomaram medidas suficientes contra atos antissemitas durante os protestos contra a guerra na Faixa de Gaza em seus campi.

Em uma carta anterior, enviada em 11 de abril, o Departamento de Educação dos EUA exigiu que Harvard reduzisse a influência de professores, funcionários e alunos, acusados pela administração Trump de priorizarem o ativismo em vez do conhecimento. O governo também exigiu uma auditoria externa para garantir a "diversidade de pontos de vista" e que a universidade eliminasse políticas afirmativas baseadas em raça ou nacionalidade até agosto. Além disso, o governo exigiu a reforma do processo de seleção de estudantes estrangeiros para evitar a admissão de alunos "hostis aos valores americanos", além de obrigar a denúncia de infratores às autoridades de imigração.