Governo avalia resposta tardia de Lupi e teme avanço de CPI sobre fraudes no INSS

G1
Governo avalia resposta tardia de Lupi e teme avanço de CPI sobre fraudes no INSS Reprodução

 O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera que a postura firme adotada pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao se pronunciar na Comissão de Previdência da Câmara nesta terça-feira (19), embora tenha sido bem recebida, veio tarde demais. Nos bastidores do Palácio do Planalto, a percepção é de que a demora em reagir com veemência às denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode ter aberto espaço para uma crise política mais ampla.

O receio agora é que a oposição capitalize o desgaste e consiga emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os desvios — a chamada "CPI do INSS" — que, segundo auxiliares presidenciais, poderia causar ainda mais prejuízos à imagem do governo Lula.

Na avaliação de assessores do presidente, Lupi deveria ter adotado um tom crítico desde o início, especialmente na entrevista concedida após a deflagração da operação “Sem Desconto”, quando preferiu sair em defesa de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS. Stefanutto acabou sendo afastado e, posteriormente, demitido, após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) desvendarem um esquema bilionário de fraudes envolvendo descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas.

A falta de posicionamento imediato, segundo integrantes do governo, prejudicou não apenas a imagem do ministro, mas também desgastou o Planalto. A avaliação interna é de que Carlos Lupi só passou a reconhecer a gravidade dos desvios e apresentar um diagnóstico mais assertivo depois que sua permanência no cargo começou a ser questionada, inclusive por aliados do presidente Lula.

Líderes governistas vêm alertando o Planalto de que o ambiente no Congresso é desfavorável e que há risco real de instalação da CPI, o que poderia acuar ainda mais o Executivo. A eventual criação da comissão depende do presidente da Câmara, Hugo Motta, que já tem enfrentado pressão da oposição por não colocar em pauta o projeto que concede anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. No caso da CPI do INSS, ele pode acabar cedendo.

O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou nesta terça-feira (29) que já teria coletado as 171 assinaturas necessárias para formalizar o pedido de abertura da CPI, que pretende investigar o suposto esquema de corrupção nos descontos aplicados aos benefícios previdenciários.




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