PSDB aprova fusão com Podemos; Leite pode ficar sem apoio em 2026

Folha de S. Paulo
PSDB aprova fusão com Podemos; Leite pode ficar sem apoio em 2026 Reprodução

Nesta terça-feira (29), em Brasília, a executiva nacional do PSDB decidiu, por unanimidade, iniciar formalmente o processo de fusão com o Podemos.

A votação foi de 38 a 0, conforme relataram os participantes da reunião, que teve acesso restrito à imprensa.

O governador do Rio Grande do Sul,  Eduardo Leite, que há algum tempo ameaça deixar o partido, participou do encontro de forma virtual e também votou a favor da fusão. No entanto, segundo membros do PSDB, ele ainda está indeciso sobre continuar ou deixar a legenda.

Leite se declara como pré-candidato à Presidência da República em 2026 e busca as melhores opções para atingir esse objetivo, tanto dentro da aliança PSDB-Podemos quanto fora dela. Essa movimentação é acompanhada por outros governadores de direita, como Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, além de outros que ainda não oficializaram suas pré-candidaturas, mas manifestaram interesse de acordo com a aprovação do partido, como é o caso de Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná.

"Se o meu movimento for em direção a outro partido, e não a permanência no que vier a ser o PSDB na sua fusão, será por enxergar a oportunidade de não apenas participar, mas também de liderar o projeto [nacional]", afirmou Eduardo Leite em recente entrevista à Folha.

A nova agremiação será temporariamente chamada de #PSDB+Podemos e, inicialmente, terá a presidência em sistema de rodízio entre os líderes do Podemos e do PSDB.

Considerado um dos principais partidos do Brasil nas últimas décadas, tendo governado o país de 1995 a 2002 sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tem enfrentado um processo de encolhimento nos últimos anos, o que o levou a buscar alianças para evitar sua extinção. O partido chegou a discutir fusões, incorporações ou federações com legendas maiores, como PSD e MDB, mas essas negociações não avançaram.


O PSDB-Podemos tem a intenção de adotar o número 20 do Podemos, aposentando o 45 do PSDB, mas mantendo um símbolo tucano.

O objetivo é estabelecer uma federação com o Solidariedade no futuro. A decisão tomada nesta terça-feira ainda precisa passar por etapas formais adicionais, como uma reunião conjunta entre as duas agremiações para a elaboração do estatuto e do programa da nova legenda.

As direções dos partidos também devem se reunir para, por maioria absoluta, eleger o órgão de liderança nacional. O registro da nova sigla deve ser solicitado e aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"A partir de agora, as consultas serão ampliadas e as várias instâncias partidárias serão ouvidas", disse em nota o PSDB, que marcou Convenção Nacional para 5 de junho, quando serão deliberadas as eventuais alterações no estatuto do partido necessárias à fusão.

"Avançaremos na busca de um alternativa partidária que se coloque no centro democrático, longe dos extremos, e que permita ao país voltar a se desenvolver. PSDB e Podemos continuarão se reunindo nas próximas semanas para construir as convergências necessárias à consolidação de nossa união de estruturas e, principalmente, de propósitos."

Os defensores de uma aliança buscam persuadir Eduardo Leite e o tambémEduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, a continuarem no partido, argumentando que a nova legenda teria um fundo eleitoral e partidário mais robusto em comparação a outras, como Republicanos, MDB, PSD e PP.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, já deixou a sigla e se afiliou ao PSD. O PSDB chegou a eleger 99 deputados federais e sete governadores em 1998, além de contar com 16 senadores. Nas últimas eleições nacionais, quando não apresentou candidato próprio à Presidência, o partido conseguiu apenas 13 deputados federais, três governadores e nenhum senador. Ademais, 2024 registrou a pior eleição municipal da história do PSDB.

O Podemos, em comunicado, declarou que acolheu com entusiasmo a decisão dos tucanos.

"O Podemos reafirma seu compromisso com a construção dessa convergência. Acreditamos que a soma de forças entre nossas siglas representa não apenas o crescimento de nossas estruturas, mas, principalmente, a união de propósitos e valores que colocam o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos", disse a nota, assinada pela presidente do partido, Renata Abreu.




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