Mesmo após o União Brasil determinar o afastamento de seus filiados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido deve continuar à frente do Ministério do Turismo. Nos bastidores, a legenda indicou Gustavo Feliciano, filiado ao União Brasil da Paraíba e filho do deputado federal Damião Feliciano, para substituir Celso Sabino na pasta.

A indicação teria sido avalizada pelo presidente do partido, Antonio Rueda, e foi confirmada pelo senador Efraim Filho, líder da sigla no Senado. Celso Sabino foi demitido do comando do Turismo nesta quarta-feira (17), uma semana após ter sido expulso do União Brasil por desobedecer a orientação partidária e permanecer no governo.

No início de setembro, o União Brasil e o PP — que juntos formam a Federação União Progressista — anunciaram o desembarque da gestão Lula e determinaram que todos os seus filiados deixassem cargos no Executivo, sob risco de expulsão. A decisão foi tomada de olho em 2026, numa sinalização de que as siglas não pretendem estar no palanque do petista, pré-candidato à reeleição.

Sabino contrariou a orientação do partido ao negociar diretamente com o presidente Lula a sua permanência no governo, o que levou à sua expulsão. Apesar do movimento, o distanciamento entre o União Brasil e o Planalto já dá sinais de que não deve ser nem definitivo nem total.

Para assumir oficialmente o Ministério do Turismo, Gustavo Feliciano ainda precisará receber um convite formal do presidente Lula e aceitá-lo. O episódio remete ao impasse ocorrido em abril deste ano, quando o deputado Pedro Lucas, do União Brasil do Maranhão, recusou o convite para comandar o Ministério das Comunicações após a demissão de Juscelino Filho, afastado em meio a denúncias de desvio de emendas parlamentares.

Com a recusa, a pasta das Comunicações passou a ser ocupada por Frederico Siqueira Filho, ex-presidente da Telebras, que assumiu o cargo após o impasse envolvendo a legenda.