Desembargador do TRF-2 é preso pela PF por suspeita de vazamento de informações ao Comando Vermelho
Reprodução A Polícia Federal (PF) deflagrou há pouco, no Rio de Janeiro, a Operação Unha e Carne 2. O objetivo é desarticular um esquema de vazamento de informações sigilosas que favorecem a facção criminosa Comando Vermelho.
O alvo principal desta fase é Macário Judice Neto, desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Segundo as informações confirmadas, "Macário acaba de ser preso" e encontra-se na sede da PF no Rio de Janeiro.
Relator do caso TH Joias
A prisão do magistrado ocorre em meio à sua atuação como relator do processo envolvendo o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias. O ex-parlamentar está preso sob acusação de ligação direta com o Comando Vermelho.
A primeira fase da operação já havia impactado a política fluminense, resultando na prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar.
Histórico de afastamento e polêmicas
O desembargador preso possui um histórico controverso no judiciário. Em 2023, Macário voltou à magistratura e foi promovido a desembargador após permanecer afastado por 17 anos.
O longo período longe das funções, que durou quase duas décadas, deveu-se à sua atuação polêmica como juiz federal no Espírito Santo. O afastamento original, determinado pelo TRF-2 em 2005, baseou-se em denúncias do Ministério Público Federal (MPF) em uma ação penal que apurava a suposta participação de Macário num esquema de venda de sentenças.
Ligação com a Alerj
As investigações também apontam conexões familiares com o legislativo estadual. Flávia Judice, mulher de Macário Judice Neto, atuava no gabinete da diretoria-geral da Alerj.
Ela permaneceu no cargo até o início do mês passado, momento em que a investigação que mira o ex-deputado estadual TH Joias já estava em curso.