Durante discurso realizado em Jacarta, na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que irá disputar mais uma eleição presidencial em 2026. Lula está no país asiático desde quarta-feira (22) em uma visita de Estado oficial, como retribuição à viagem do presidente indonésio, Prabowo Subianto, ao Brasil em julho deste ano.

Em conversa com Subianto, Lula afirmou: "Eu vou disputar um quarto mandato no Brasil. Então, estou lhe dizendo que ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas estou preparado para disputar outras eleições". O presidente também destacou que, mesmo aos 80 anos, mantém "a mesma energia" de quando tinha 30.

Embora tenha indicado anteriormente que poderia participar de outra eleição caso sua saúde permitisse, em 2022 Lula havia declarado que não estava pensando em reeleição. Na época, durante entrevista à rádio Metrópole, afirmou: "Daqui a quatro anos, a gente vai ter gente nova disputando as eleições. Quero deixar o país preparado. Não vou ser o presidente da República que está pensando na sua reeleição. Vou ser o presidente que vai estar pensando em governar este país por quatro anos e deixá-lo tinindo, tinindo."

Ainda na mesma entrevista, reforçou: "Só tenho quatro anos, só tenho quatro anos" e mencionou seu desejo de entregar o mandato em 2026 para outra pessoa: "Sonho todo dia. Quando chegar 31 de dezembro de 2026, quando a gente for entregar esse mandato para outra pessoa, esse país estará bem."

Essa mudança de postura ocorre em um momento em que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta dificuldades para encontrar quadros competitivos para uma disputa presidencial futura.

Além da Indonésia, a agenda de Lula na Ásia inclui uma visita a Kuala Lumpur, na Malásia, onde participará da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). No domingo (26), o presidente brasileiro terá um encontro com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, considerado o ponto alto do giro internacional.

É esperado que os líderes discutam temas como as tarifas impostas por Trump ao Brasil, que afetam produtos como carne, café e aço. Também devem abordar medidas contra autoridades brasileiras, incluindo a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ministro do STF.

Outros assuntos previstos incluem os recentes ataques americanos a embarcações venezuelanas e o risco de uma incursão militar dos EUA na Venezuela, algo que o governo brasileiro considera como uma ameaça à estabilidade regional.

A comitiva oficial que acompanha Lula é composta pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), além do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.