Ministro da Saúde recomenda evitar destilados sem 'absoluta certeza' de origem

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomendou nesta quinta-feira que as pessoas evitem consumir bebidas alcoólicas destiladas caso não tenham a "absoluta certeza" da sua origem. De acordo com Padilha, o cuidado deve ocorrer principalmente com as bebidas destiladas transparentes.
— Na condição de ministro e como médico a recomendação é que evite ingerir produto destilado, sobretudo os incolores, que não tenha absoluta certeza da origem dele. Não estamos falando de um produto essencial na vida das pessoas.
O alerta ocorre devido ao risco de contaminação por metanol. Padilha anunciou que há 48 casos suspeitos de intoxicação, em três estados. Além de São Paulo e Pernambuco, também foi registrado nesta quinta um caso em Brasília, do rapper Hungria.
Há ainda 11 casos em que a contaminação pela substância já foi confirmada, em São Paulo e Pernambuco, totalizando 59.
Os números foram apresentados pelo ministro durante inauguração de uma sala de situação, criada pelo Ministério da Saúde para acompanhar os casos.
Corrida para ampliar estoque de antídotos
Na ocasião, o ministro da Saúde divulgou uma série de ações para evitar expansão da crise. O governo agora corre para ampliar o estoque do etanol farmacêutico, usado no tratamento de contaminação por metanol, na rede pública de saúde.
O esforço inclui a compra de 5 mil tratamentos de etanol farmacêutico, utilizado no tratamento dos quadros, e a notificação de laboratórios internacionais com medicamento alternativo indicado para casos mais graves, o fomepizol, para compras e doações.
Além disso, a Anvisa mapeou 604 farmácias de manipulação no Brasil que têm condições de produzir o etanol farmacêutico, utilizado no tratamento. A reguladora afirma que está notificando essas farmácias para saber a possibilidade de distribuição.
Após anunciar as ações tomadas pelo ministério, Padilha negou haver expectativa de explosão de casos.
— Nós fazemos isso por precaução, porque somos responsáveis diante de uma situação anormal. O ministério começou a perceber a anormalidade da situação na última semana.
Óbitos
O Ministério da Saúde confirmou um óbito pela contaminação no Brasil. Outros sete são investigados.
Das mortes, uma foi confirmada em São Paulo, e há cinco em investigação — destas, três na capital e duas em São Bernardo do Campo. Também há duas suspeitas de óbito em Pernambuco, sendo um em Lajeado e um em João Alfredo.