Brasil tem 29 casos suspeitos de intoxicação por metanol em dois meses; Padilha: "Todo o país deve estar atento"

Com as três novas ocorrências em Pernambuco, o Brasil chegou nesta quarta-feira a 29 casos suspeitos de intoxicação por metanol, desde agosto. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o número registrado é equivalente ao que normalmente é acumulado por ano, com tendência de aumentar.
— Vivemos uma situação anormal (...) Até os dados de ontem à noite, eram 26 casos suspeitos. Esse número é de antes das suspeitas de Pernambuco. Isso significa que nesses dois meses, histórias mais que a mídia ao longo de todo ano — declarou Padilha durante evento da campanha de Multi Vacinação do governo.
O ministério trabalha com um sistema de informação diário, em que as redes estaduais de Saúde notificam imediatamente às autoridades as suspeitas de intoxicação. Padilha afirmou que isso agiliza o mapeamento de casos e a identificação de estabelecimentos com bebidas alteradas.
— Vamos continuar acompanhando diariamente. A expectativa do Ministério da Saúde é que aumente o número de casos. As orientações do ministério são para que todo o Brasil esteja atento — reforçou o ministro.
O número de mortes suspeitas por intoxicação por metanol em São Paulo aumentou para cinco na terça-feira, sendo um oficialmente causado pela ingestão de bebida alterada com a substância. Na noite de terça, também foram divulgados dois óbitos e um terceiro caso limitado a uma probabilidade de presença da substância investigada em Pernambuco.
Segundo o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, nesta manhã, há 18 casos em investigação e 7 confirmados.
Em resposta, o governo federal anunciou um plano de ações para enfrentar a crise. Entre as medidas, a Secretaria Nacional do Consumidor informou que notificou os Procons estaduais e irá fiscalizar os estabelecimentos suspeitos.
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito próprio para apurar a onda de intoxicações, e o governo federal não descartou a possibilidade de ligação com o crime organizado.
No último mês, a Operação Carbono Oculto mirou a atuação da facção no setor de combustíveis em São Paulo. O metanol era apenas uma substância utilizada para adulterar os produtos comercializados em postos de gasolina sob influência da quadrilha.