Fachin assume STF, mas reforça protagonismo de Moraes e frustra bolsonaristas

A posse do ministro Edson Fachin como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (29), representou um balde de água fria para os bolsonaristas.
Parlamentares da direita que buscavam aproximação com Fachin e tentavam criar um canal de diálogo com a presidência do tribunal foram informados de que a interlocução será conduzida por Alexandre de Moraes, que também assume o cargo de vice-presidente do STF na mesma data.
Reservado e discreto, Fachin não costuma manter vínculos de proximidade com lideranças políticas, nem participar das conversas que alguns magistrados mantêm com parlamentares.
Colegas do ministro no Supremo acreditam que ele manterá firme a defesa da instituição e de seus integrantes, em um momento em que o tribunal enfrenta pressão dos Estados Unidos, em razão das articulações de Eduardo Bolsonaro para tentar coagir o Judiciário e o Legislativo em busca da anistia.
Eles recordam como exemplo a postura firme de Fachin quando presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, ocasião em que resistiu de forma técnica e enfática às pressões do então presidente Jair Bolsonaro pela adoção do voto impresso e pela tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas. Naquele período, Fachin também iniciou ações no tribunal voltadas ao combate às notícias falsas.
Fachin comandará o Poder Judiciário no biênio 2025-2027, sucedendo Luís Roberto Barroso, que presidiu na quinta-feira (25) sua última sessão à frente do STF. A escolha de Fachin e Moraes ocorreu em caráter simbólico, no dia 13 de agosto, obedecendo ao critério de rodízio por antiguidade.