Empresas deixam de pagar R$ 414 bilhões em impostos com aval do governo entre 2024 e 2025

ICL Notícias
Empresas deixam de pagar R$ 414 bilhões em impostos com aval do governo entre 2024 e 2025 Reprodução

Entre janeiro de 2024 e abril de 2025, empresas de diferentes setores da economia deixaram de recolher R$ 414 bilhões em impostos federais, conforme dados do Ministério da Fazenda divulgados em reportagem do jornalista Fernando Molica, no site Correio da Manhã. O valor equivale a uma média de R$ 25,8 bilhões por mês, custeados por toda a sociedade brasileira — inclusive por quem não consome os produtos ou serviços beneficiados.

Os incentivos fiscais são justificados por empresários como forma de conter preços ou estimular a economia. No entanto, a conta das isenções é dividida por todos, mesmo pelos que não se beneficiam diretamente delas. O levantamento mostra, por exemplo, que até "pintos de um dia" — filhotes de galinha usados para melhoria genética — receberam isenção fiscal no valor de R$ 904 milhões no período.

Outros setores também foram amplamente beneficiados: o setor aéreo, por exemplo, recebeu R$ 1,98 bilhão em renúncias fiscais, mesmo com o número restrito de brasileiros que viajam de avião. A Zona Franca de Manaus, a indústria de aviação e a importação de peças de aeronaves também constam na lista de isenções.

No agronegócio, os benefícios são expressivos: apenas a comercialização da soja, em grande parte voltada para exportação e alimentação animal no exterior, custou aos cofres públicos R$ 5,9 bilhões — o equivalente a R$ 28,00 por cidadão brasileiro. Já os subsídios para adubos, fertilizantes, agrotóxicos, sementes, mudas e outros insumos agropecuários somaram R$ 77,37 bilhões.

A lista de produtos com isenção inclui itens comuns no consumo diário, como carnes, peixes, queijos e até papel higiênico — este último com renúncia fiscal de R$ 2,2 bilhões no período.

O relatório da Fazenda também identifica as empresas que mais se beneficiaram das isenções. A líder é a Dairy Partners Americas (DPA), empresa do ramo de alimentos comprada pela francesa Lactalis, que deixou de pagar R$ 16 bilhões. Em seguida aparecem a Honda e a Samsung, com cerca de R$ 10,5 bilhões cada.

Entre as companhias brasileiras, a JBS figura com R$ 4,9 bilhões em isenções. Yamaha Motors, LG, Syngenta e empresas do setor aéreo, como TAM (R$ 2,5 bilhões) e Azul (R$ 2,4 bilhões), também receberam benefícios.

Além disso, medidas aprovadas pelo Congresso, como a prorrogação da desoneração da folha de pagamento, representaram R$ 22,2 bilhões a menos em arrecadação previdenciária. Já o Perse, programa voltado ao setor de eventos e turismo, gerou uma renúncia de R$ 20,5 bilhões.

O cenário expõe a necessidade de revisão da política de incentivos fiscais, que, embora tenha como objetivo estimular a economia, impõe custos significativos à sociedade e pressiona o equilíbrio das contas públicas.




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