O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, utilizou recursos públicos para custear sua viagem ao XIII Fórum de Lisboa, realizado entre os dias 2 e 4 de julho. Segundo o Portal da Transparência da Câmara, Motta recebeu 4,5 diárias no valor unitário de R$ 3.107,50, totalizando R$ 13.983,75. O tipo de passagem utilizada não foi informado, e o relatório da missão oficial ainda não foi entregue.

Quem também participou do evento foi o ex-presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), padrinho político de Hugo Motta. Assim como o sucessor, Lira recebeu 4,5 diárias, somando R$ 13.934,25, sem apresentação de relatório ou detalhamento das passagens. Com isso, a presença dos dois parlamentares no fórum resultou em um gasto de R$ 27.918,00 aos cofres públicos.

O XIII Fórum de Lisboa é promovido por instituições privadas, como o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), fundado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. O evento tem histórico de reunir autoridades dos Três Poderes, empresários e advogados renomados, tanto para debates acadêmicos quanto para encontros informais.

A edição deste ano também foi marcada por comemorações em homenagem aos 25 anos de magistratura de Gilmar Mendes, apelidadas informalmente de "Gilmarpalooza", expressão que ganhou popularidade nas redes sociais.

A utilização de recursos públicos para financiar a participação de parlamentares em um evento de caráter privado reacende questionamentos sobre a pertinência dessas viagens, especialmente diante da falta de transparência sobre os resultados concretos para o interesse público. Até o momento, os dois deputados não prestaram contas das atividades desenvolvidas durante o evento, como prevê a regra para missões oficiais.