Bolsonaro celebra apoio de Trump e chama processo no STF de “aberração jurídica”

O Globo
Bolsonaro celebra apoio de Trump e chama processo no STF de “aberração jurídica” Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agradeceu nesta segunda-feira (7) a declaração de apoio feita por Donald Trump, que saiu em defesa do brasileiro ao afirmar que ele está sendo vítima de uma “caça às bruxas”. Em postagem nas redes sociais, Bolsonaro classificou o processo judicial que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) como “aberração jurídica” e agradeceu ao ex-presidente dos Estados Unidos por “existir” e por dar exemplo de “fé e resiliência”.

“Recebi com muita alegria a nota do Presidente @realDonaldTrump. Convivi por dois anos com o Pres. Trump, onde sempre defendemos os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos. Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica (Lawfare), clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso. Agradeço ao ilustre Presidente e amigo. V. Exa. passou por algo semelhante. Foi implacavelmente perseguido, mas venceu para o bem dos Estados Unidos e dezenas de outros países verdadeiramente democráticos. Sua luta por paz, justiça e liberdade ecoa por todo o planeta. Obrigado por existir e nos dar exemplo de fé e resiliência”, escreveu Bolsonaro.

Trump havia publicado mais cedo uma mensagem em sua rede social afirmando que Bolsonaro “não tem culpa de nada, exceto de ter lutado pelo POVO”. Segundo o republicano, o ex-presidente brasileiro “era um líder forte, que realmente amava seu país” e que agora “está liderando nas pesquisas”. “Isso nada mais é do que um ataque a um oponente político, algo que eu sei muito bem! Aconteceu comigo dez vezes”, afirmou. Ele concluiu dizendo que “o único julgamento que deveria estar acontecendo no momento é o julgamento pelos eleitores do Brasil, que se chama eleição” e completou: “Deixem Bolsonaro em paz”.

Bolsonaro foi declarado inelegível em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após ser condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao fazer ataques infundados às urnas eletrônicas. Atualmente, responde no STF por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, e é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

Diante da manifestação de Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu afirmando que o Brasil é “um país soberano” e que não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”. Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou como “equivocada” a fala do ex-presidente americano e disse que ele “tem que cuidar dos próprios problemas”.

Apoio entre bolsonaristas e aliados

A declaração de Trump foi celebrada entre parlamentares ligados ao bolsonarismo. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado, disse a aliados que essa manifestação é “a primeira de outras ações que virão”. Nas redes, publicou: “O que posso dizer é que esta não será a única novidade vinda dos EUA neste próximo tempo”.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também reagiu, elogiando a articulação do irmão e afirmando que Trump está “certo” ao defender que o julgamento de Bolsonaro deveria ocorrer nas urnas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seguiu na mesma linha: “Força, presidente! Bolsonaro deve ser julgado somente pelo povo brasileiro”.

Outros políticos próximos ao ex-presidente também se manifestaram. O senador Ciro Nogueira apenas replicou a mensagem de Trump, enquanto Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que o tratamento dado a Bolsonaro gera “indignação no Brasil e no mundo”. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) comparou a crítica de Lula a Trump com a visita recente do petista à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, condenada por corrupção. “Foi visitar uma corrupta condenada na Argentina dizendo que ela sofre perseguição lá”, comentou.

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) divulgou vídeo lendo a mensagem de Trump e acusou o STF de perseguição. O ex-deputado Deltan Dallagnol afirmou que a fala do republicano é um recado direto a quem estaria promovendo a “perseguição”. Já o vereador paulistano Adrilles Jorge (União Brasil) avaliou que há um “prenúncio” de sanções e punições ao Brasil no campo internacional.




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