Das insanidades de Caiado

O presidenciável Ronaldo Caiado, sem condicionantes ou ressalvas, deixou claro que irá anistiar, liberar Jair Bolsonaro caso se eleja Presidente da República.
Eu espero mesmo que as pessoas reflitam e entendam o que fora essa fala de Caiado e justamente nesse instante.
Nao sei se o governador pensou em sua elaboração, até acredito que não; aliás, PENSAR não é porque nunca foi seu forte... Nunca!
A "anistia caiadista" e, oxalá, para o bem desse triste país, que tal insulto jamais nos aconteça, afinal, isso é, dentre outras coisas, a própria liberação do negacionismo científico, do fim da atividade acadêmica séria, rija e dedicada; é a censura e o constrangimento ao bom e atuante jornalismo investigativo; é um "salve geral" ao mais intenso e perverso movimento de desintegração do federalismo brasileiro porque, por suas condições, ofende nordestinos, os povos do norte, aquela diversa gente das florestas, das savanas e das águas.
O anistiamento de Bolsonaro, estejamos absolutamente certos disso, não harmoniza, não integra ou pacifica, aliás e bem ao contrário, trará e atualizará ressentimentos, mágoas e frustrações nacionais.
De certo, Caiado acha que Goiás é maior do que o Brasil! Definitivamente, não é!
Bolsonaro é golpista de velha cepa; avesso a processos democráticos tem repulsa a tudo o que respeita povo, sociedade, movimentos sociais e justiça.
Por sua indiferença e ódio fora o responsável direto pelo extermínio, pela matança de mais de meio milhão de brasileiros nos suplícios da covid-19. Caiado, por algum acaso, se esqueceu disso?
Irá anistiar, promover isso?
O desprezo de Bolsonaro pela vida ficou notavelmente expresso no inadmissível e intolerável de suas piadas e troças absolutamente desumanas enquanto as pessoas padeciam, morriam aos milhares/dia
O que é a "paz" a que se refere o governador goiano?
Bolsonaro é perverso; milita abertamente e sem qualquer tipo de constrangimento contra mulheres, jovens e gays; ataca trabalhadores, suas pautas e organizações. Desmerece a causa de negros, não tem a menor preocupação em integrar pobres e minorias ao mundo das boas dinâmicas nacionais.
Odeia o direito, ofende a justiça, assaca e menospreza direitos humanos e com veemência e vulgaridade única, brutaliza a arte e a cultura.
Sob Bolsonaro, a educação brasileira recuou em todos os seus aspectos e sentidos, orçamentos foram capados e políticas sociais essenciais definharam. Em pouco mais de um ano do seu trágico e infame governo, o país já contabilizava trinta milhões de famintos; ossos e restos de alimentos eram vigorosamente disputados com direito a equipes de filmagens e destaque nos tempos nobres da TV.
As taxas de desemprego ultrapassaram 15% de toda a mão-de-obra produtiva do país e a informalidade em altas ondas, tomava ruas, esquinas, calçadas e praças do Brasil; em ligeira conferência atingimos quarenta milhões de brasileiros nessa dramática situação.
Anistiar Bolsonaro é anistiar todo esse lamentável e sofrido quadro. É sério?
Ao contrário do que prega Caiado, a possibilidade única de alguma harmonia, unidade e pacificação para esse país está justamente no efetivo exercício de alguma justiça ante às maldades e perversões praticadas pelo facínora Jair Bolsonaro contra todos nós, os brasileiros.
Caiado perdeu o rumo, o fio, o prumo e a proa de sua campanha e já no seu começo, afunda miseravelmente nessa e que está dentre as piores demagogias e que poderia produzir...
... Sim, porque a pior mesmo foi um Caiado bobo e desorientado saudar o extermínio de bebês palestinianos, um povo sem exércitos ou armadas nacionais, enquanto um sanguinário Benjamin Nethanyahu, lançava tempestades de bombas e mísseis contra um povo desabrigado, famélico, socado em campos de refugiados e completamente desprotegido.
Esse é o governador de Goiás e nosso atraso é nossa pior maldição!
Sem anistia!
Angelo Cavalcante - Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás e presidente temporário da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Goiás (ADUEG).