O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que, se for eleito presidente da República em 2026, concederá anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e às pessoas presas ou processadas por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

"Está aí um furo para você: Ronaldo Caiado presidente da República vou anistiar e começar uma nova história no Brasil", afirmou o governador, referindo-se a si mesmo em terceira pessoa. Ele acrescentou: "Caiado vai chegando na presidência da República e, no meu momento, vou resolver esse assunto, anistiar essa situação toda. E vamos discutir o problema de crescimento e de pacificação do país".

A proposta de anistia mencionada por Caiado abrange tanto Bolsonaro quanto os réus e condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Bolsonaro foi considerado inelegível em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e não poderá disputar eleições até 2030.

Caiado também disse ter sido o primeiro entre os aliados do ex-presidente a defender a anistia. "Falei que precisamos sair dessa crise, sair desse debate. Isso já cansou. São 2 anos e 7 meses que estão falando só disso. Ninguém fala de reforma, de tecnologia", declarou.

O governador destacou ainda sua trajetória política como credencial para disputar a Presidência da República: "Hoje eu sou do maior partido do país, tenho experiência de cinco mandatos de deputado federal e sou consagrado por ser o governador mais bem avaliado no país nos últimos três anos. Mais do que nunca me sinto credenciado a ir para o debate, com toda a humildade. No primeiro turno, vamos disputar, debater. Vou mostrar o que eu fiz", afirmou.

A proposta de anistia tem dividido opiniões e gerado críticas. Especialistas alertam que conceder perdão a envolvidos em tentativas de golpe pode enfraquecer o Estado de Direito e criar precedentes perigosos para a democracia.