O vereador Dieyme Vasconcelos, do PL, gerou tumulto no Cais Nova Era, em Aparecida de Goiânia, alegando estar no exercício de sua função fiscalizadora. Durante o incidente, o parlamentar, conforme relatos obtidos pela reportagem, teria “esmurrado” portas, coagido médicos e enfermeiros, além de gritar com funcionários, prejudicando o andamento da unidade de saúde.

A confusão, que aconteceu na frente de pacientes aguardando atendimento, ainda teria incentivado uma agressão física contra uma funcionária que filmava o comportamento do vereador.

“Vereador filmando na unidade e fazendo bagunça, atrapalhando o atendimento e filmando toda a equipe médica. Pegou dados de todos, coagiu uma funcionária, ameaçou de prendê-la”, relatou um médico, sob condição de anonimato. Ele também afirmou que o vereador “bateu portas e fez política com usuário de drogas”.

Uma médica expressou preocupação com o comportamento do vereador e compartilhou uma experiência de insegurança. “Quem deveria dar exemplo, não dá. Eu tive que me trancar no consultório com a mãe e a criança porque ele saiu esmurrando tudo”, contou.

Em resposta, o vereador afirmou, por meio de nota, que recebeu denúncias de pacientes sobre deficiências no atendimento da unidade e foi até o local para apurar as alegações.

“No quadro de atendimento da unidade de saúde, formalmente havia cinco médicos, mas constatei que apenas um estava de fato realizando atendimentos, o que gerou grande demora e revolta por parte dos usuários”, afirmou o parlamentar.

Em março, as cinco unidades de pronto atendimento de Aparecida de Goiânia realizaram mais de 65 mil atendimentos, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. A UPA Brasicon, por exemplo, atendeu cerca de 6,8 mil pessoas por mês no período diurno e 4,3 mil no período noturno. Já a UPA Flamboyant registrou 5,9 mil atendimentos diurnos e 3,1 mil atendimentos noturnos, com pelo menos cinco médicos no turno diurno e quatro à noite. Na UPA Buriti Sereno, o número foi de 6,8 mil atendimentos diurnos e 4,3 mil à noite.