Preço da carne bovina exportada pelo Brasil sobe com oferta restrita e guerra comercial

GLOBO RURAL
Preço da carne bovina exportada pelo Brasil sobe com oferta restrita e guerra comercial Abiec não prevê uma disparada nos preços da carne bovina no mercado internacional — Foto: Claudio Belli/Valor

A produção mundial de carne bovina está em declínio devido a problemas climáticos nos principais países produtores, o que, combinado com a sazonalidade de escassez e a oferta limitada de animais prontos para o abate, tem impulsionado as exportações brasileiras de carne bovina. O Brasil, em meio a esse cenário global, tem registrado aumentos tanto em volume quanto em preço.

Em abril, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o preço médio da carne bovina brasileira exportada foi de US$ 5.030,30 por tonelada, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2024. O volume exportado também cresceu 16,3%, somando 241,6 mil toneladas.

Fernando Iglesias, coordenador de mercados da consultoria Safras & Mercado, destaca que o Brasil tem se consolidado como principal fornecedor mundial de carne bovina, especialmente com a queda de 110 mil toneladas na produção global, prevista pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Os Estados Unidos, que enfrentam uma diminuição no rebanho, têm aumentado suas importações de carne brasileira, passando de 44 mil toneladas nos primeiros três meses de 2024 para 88 mil toneladas em 2025.

Em uma teleconferência, Edison Ticle, diretor de finanças da Minerva, apontou que o mercado americano continua aquecido, e o mercado chinês, com forte recuperação, também tem impulsionado os preços, especialmente a partir do segundo trimestre de 2025. A guerra comercial entre os EUA e a China tem favorecido o Brasil, já que a China tem aumentado suas compras de carne bovina brasileira, em parte devido às tarifas elevadas e restrições impostas aos frigoríficos americanos.

Além disso, o Brasil continua sendo competitivo no mercado global, com a carne bovina brasileira sendo a mais barata do mundo, o que, mesmo com o aumento dos preços, garante vantagem competitiva. A expectativa é que, apesar da alta nos preços, o mercado brasileiro de carne bovina continue a crescer, e os preços domésticos também devem subir.

Porém, o aumento dos preços externos pode impactar o consumo interno, com o analista de commodities da Datagro, João Figueiredo, prevendo uma queda de 3,5% no consumo nacional de carne bovina em 2025, com os brasileiros migrando para proteínas mais baratas, como frango e carne suína, em função da inflação e do maior endividamento.

Roberto Perosa, presidente da Abiec, prevê aumentos moderados nos preços internacionais, sem uma alta explosiva, já que o mercado global não enfrenta desabastecimento. Ele também aponta que o Brasil já tem uma posição consolidada na China, que representa uma parte significativa das exportações brasileiras, com a expectativa de um crescimento de 10% a 12% nas exportações de carne bovina neste ano.








No acumulado de janeiro a abril de 2025, as exportações brasileiras somaram 949,9 mil toneladas, um crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024. A receita alcançou US$ 4,55 bilhões, um aumento de 23,7%.




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