Ministro Paulo Teixeira afirma: “Pé no acelerador para a reforma agrária”

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, se defendeu nesta quinta-feira (8) sobre o andamento da instalação de assentamentos da reforma agrária, durante a abertura da feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Parque da Água Branca, em São Paulo. O movimento acusa o governo de lentidão, apontando que mais de 120 mil famílias aguardam lotes em todo o Brasil.
Em resposta, Teixeira afirmou: "O governo do presidente Lula está com o pé no acelerador. Estamos com a maior meta da história este ano e já cumprimos metade dela". Sua fala, porém, não gerou grande entusiasmo na plateia.
Antes da cerimônia, Márcio José, coordenador nacional do MST em São Paulo, expressou insatisfação com as ações do governo, embora tenha reconhecido que a falta de respostas adequadas vem desde os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. "Não estamos contentes, mas é um governo que tem compromisso com a pauta", ponderou o dirigente.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) mostram que o governo assentou 50,5 mil famílias em 2023 e 74,8 mil em 2024, com a meta de alcançar 326 mil famílias em quatro anos. O número inclui tanto a regularização de assentamentos existentes quanto a criação de novas áreas de produção, com 15,6 mil lotes abertos até abril deste ano.
Teixeira comentou sobre as críticas do MST, afirmando: "Movimento que não faz pressão é pelego. Nunca encarei as críticas no plano pessoal". O ministro, que já teve sua posição no governo questionada, foi aplaudido ao finalizar sua fala.
Apesar da presença de Teixeira, outros ministros, como Márcio Macêdo e Gleisi Hoffmann, não compareceram à abertura devido a problemas com voos. Hoffmann estará presente amanhã (9), em um evento que pode contar com a presença do presidente da Câmara, Hugo Motta. Macêdo chegou atrasado, mas brincou dizendo que Teixeira o representou muito bem.
A feira, que tem entrada gratuita, promete vender 500 toneladas de alimentos até domingo, com 1,8 mil produtos diferentes e pratos típicos de várias regiões do país. Débora Nunes, coordenadora nacional do MST em Alagoas, destacou que o evento "reafirma o nosso projeto de agricultura", e, ao contrário de anos anteriores, não houve críticas sobre a liberação do espaço, que é do governo estadual.