INSS: Haddad avalia se dinheiro bloqueado de associações cobre fraudes

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (9) que o governo ainda está analisando se os valores bloqueados de associações suspeitas de envolvimento em fraudes contra beneficiários do INSS serão suficientes para reparar os prejuízos sofridos por aposentados e pensionistas. Segundo ele, a expectativa é que os recursos já retidos sirvam para iniciar o ressarcimento às vítimas.
A declaração ocorre um dia após o governo federal acionar a Justiça para pedir a quebra de sigilo e o bloqueio de bens de 12 entidades associativas, em um valor que soma R$ 2,56 bilhões. As ações fazem parte da ofensiva articulada entre a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal para responsabilizar financeiramente as organizações envolvidas no esquema.
— Vamos fazer um balanço dessas iniciativas que a Advocacia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União estão tomando para fazer com que quem pague a conta é quem cometeu o abuso — declarou Haddad em conversa com jornalistas. Ele destacou que, embora a quantia total das fraudes seja elevada, os bloqueios judiciais podem dar conta da primeira etapa de devoluções. — Parece que há quantidade de dinheiro disponível dessas associações para começar o ressarcimento de quem foi prejudicado.
Dados da Polícia Federal e da CGU apontam que os descontos indevidos aplicados por essas entidades entre os anos de 2019 e 2024 somam R$ 6,3 bilhões — valor que escancara a dimensão do rombo causado aos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social.
Indagado sobre o impacto fiscal que um eventual envolvimento direto do governo nos pagamentos poderia causar ao arcabouço das contas públicas, o ministro evitou dar uma resposta objetiva. Ele preferiu reiterar a linha de atuação da gestão federal, que foca em responsabilizar as entidades envolvidas pelas fraudes.
— Vamos avaliar passo a passo. A prioridade é que os prejudicados sejam reparados com os valores já bloqueados — afirmou, reforçando o discurso do governo de que o esquema foi “desmascarado” durante a atual administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.