A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados solicitou a suspensão do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por seis meses, após declarações ofensivas contra a ministra Gleisi Hoffmann (PT), feitas durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, realizada em 29 de abril.

A representação, assinada pelo presidente em exercício da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e por outros membros da mesa, foi enviada ao Conselho de Ética. O documento aponta que o deputado cometeu "manifestações gravemente ofensivas e difamatórias", e ressalta que houve “abuso evidente das prerrogativas parlamentares”, configurando desrespeito ao decoro e à dignidade do cargo.

Durante a sessão, Gilvan declarou que Gleisi “atacava a Polícia Federal” na época em que o presidente Lula estava preso e, ao comentar sobre escândalos da Odebrecht, usou expressões como: “Na planilha tinha o nome de ‘Lindinho’, de ‘Amante’, que devia ser uma prostituta do caramba”, em referência ao deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do partido na Câmara.

A Mesa Diretora afirma que o parlamentar agiu com intenção clara de atacar a imagem da ministra, lançando “insinuações abertamente ultrajantes, desonrosas e depreciativas”.

Nas redes sociais, Gleisi Hoffmann agradeceu o apoio institucional: “Obrigada ao presidente Hugo Motta, ao colégio de líderes e à Mesa da Câmara por tomarem uma atitude diante da violência política que enfrentei”.

A bancada feminina do PT também se manifestou em nota, condenando o comportamento do parlamentar. “Não foi um caso isolado, mas a manifestação repulsiva de alguém que tenta calar e deslegitimar mulheres que ocupam espaços de poder”, afirmaram as deputadas.