PL abandona trégua e prepara nova pressão pela anistia
Reprodução O PL de Jair Bolsonaro decidiu recuar do acordo de trégua com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em relação ao projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou à coluna que avisou Motta sobre a retomada da pressão para pautar a proposta a partir da próxima reunião de líderes, marcada para a semana que vem.
Segundo Sóstenes, a anistia precisa ser “acelerada” após o STF publicar, na quarta-feira (22/10), o acórdão do julgamento de Bolsonaro na trama golpista, abrindo prazo para os recursos finais.
A intenção do líder do partido de Bolsonaro é retomar a ofensiva já na próxima semana e tentar levar o projeto de anistia à votação no plenário da Câmara nas sessões da primeira semana de novembro.
A trégua do PL sobre a anistia
Como já havia sido divulgado, Sóstenes Cavalcante havia feito um acordo com Motta na terça-feira (21/10) para reduzir temporariamente a pressão sobre a pauta da anistia.
A mudança de tom ficou evidente durante a reunião de líderes da Casa, quando nenhum representante da oposição cobrou que Motta colocasse a proposta em votação no plenário.
Na ocasião, Sóstenes explicou que a oposição havia combinado com o presidente da Câmara aguardar o apoio de parlamentares do centro antes de voltar a pressionar pela votação.
“Alinhamos com o Hugo Motta que vamos construir com o centro antes. Quando pedir para pautar, vamos aprovar com mais de 290 votos novamente”, disse o líder do PL na terça-feira.
Com o acórdão publicado, o cenário mudou. A nova estratégia de Sóstenes é apresentar um substitutivo ao projeto da dosimetria das penas, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que prevê uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.