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Estado de Goiás,20/10/2025

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    Bolsonarismo é completamente abandonado por Trump após interesses se desencontrarem

    Intercept Brasil
    Bolsonarismo é completamente abandonado por Trump após interesses se desencontrarem Reprodução

    Quando Donald Trump impôs um tarifaço sobre produtos brasileiros, em julho, Eduardo Bolsonaro se colocou como articulador junto ao governo americano e afirmou que seria “mais fácil um porta-aviões americano chegar ao Lago Paranoá” do que o vice-presidente Geraldo Alckmin ser recebido por autoridades dos EUA.

    Flávio Bolsonaro foi além e trouxe duas bombas atômicas para a conversa: “Essa situação tem que ser encarada como uma negociação de guerra sim, em que nós não estamos em condições normais, de exigir nada do Trump. Ele vai fazer o que ele quiser, independente da nossa vontade. Cabe a nós termos a responsabilidade de evitar que caiam duas bombas atômicas aqui no Brasil para depois anunciarmos que vamos fazer anistia”.

    Os bolsonaristas afirmaram que autoridades brasileiras não seriam recebidas pelo governo norte-americano. Pior ainda: disseram que os EUA poderiam atacar o Brasil militarmente caso Jair Bolsonaro fosse preso.

    Houve pressão, principalmente da grande imprensa, para que Lula ligasse para Trump. Afinal, uma republiqueta das bananas sofreria economicamente com o tarifaço da maior potência mundial. O brasileiro não só não ligou, como manteve críticas à postura imperialista americana.

    Com o tempo, a economia brasileira não sofreu grandes impactos. As exportações bateram recordes mesmo após o tarifaço. No fim, quem mais sofreu foi o governo dos EUA, pressionado por empresários a revogar as tarifas contra o Brasil. Lula não precisou ligar. Foi Trump quem ligou, não para ameaçar com porta-aviões ou bombas atômicas, mas para dizer que os americanos sentiam falta do café brasileiro. Trump não mencionou Bolsonaro nem condenou a “ditadura do judiciário”. Pisou fofo, só no sapatinho.

    Três meses após as falas de ameaça dos filhos de Bolsonaro, o chanceler brasileiro Mauro Vieira foi recebido na Casa Branca pelo secretário de estado Marco Rubio, designado por Trump para liderar negociações com o Brasil.

    Se for do interesse de Trump, até química com líderes de regimes comunistas pode ocorrer. Rubio, ideologicamente próximo a extrema direita como Eduardo Bolsonaro, é antes de tudo um soldado de Trump. Dentro do surrealismo bolsonarista, sua indicação para a negociação indicava que o governo americano jogaria duro com o Brasil. Os afagos de Trump faziam parte da estratégia para puxar o tapete do brasileiro.

    Um dia antes da reunião, autoridades americanas acusaram o judiciário brasileiro de perseguir cidadãos americanos. O Representante Comercial dos EUA, Jameson Greer, afirmou que a alíquota sobre o Brasil se explicava pela “imensa preocupação acerca do Estado de Direito, censura, e direitos humanos”.

    A declaração gerou alerta no Itamaraty e deixou o bolsonarismo em festa. Os nepobabys do golpismo, Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro, comemoraram nas redes sociais, vendo nisso um sinal de que pautas políticas estariam em discussão.

    A reunião aconteceu e ambos os representantes saíram satisfeitos. A gritaria de Eduardo Bolsonaro e dos trumpistas ideológicos não sentou à mesa com os adultos.

    O nome de Bolsonaro não foi citado e assuntos políticos internos não foram discutidos. O clima foi cordial e não houve qualquer intimidação à soberania brasileira. Rubio também “pisou fofo”.

    Confirma-se: o bolsonarismo foi deixado de lado por Trump. Mais do que um ideólogo de extrema direita, o americano é um homem de negócios. Se for de seu interesse, até química com regimes comunistas pode ocorrer. Amigos, amigos, negócios à parte.

    A relação de Trump com Kim Jong Un demonstra isso. Em 2017, testes de mísseis norte-coreanos provocaram tensões, mas os dois líderes trocaram cartas respeitosas — classificadas por Trump como “cartas de amor” — e se encontraram três vezes. Trump destacou: “Você e eu temos um estilo único e uma amizade especial”.

    Ambos os países classificaram o encontro como positivo. As conversas sobre tarifas ainda não ocorreram, mas já está definido que assuntos internos do Brasil não entrarão em pauta nas próximas rodadas.

    Mauro Vieira declarou: “Prevaleceu uma atitude construtiva, com aspectos práticos para a retomada das negociações entre os dois países. Há boa química entre os governos, e o diálogo está aberto.”

    O bolsonarismo comemorou pequenas vitórias, como sanções aplicadas via Lei Magnitsky, mas nada além disso. As fantasias bolsonaristas foram barradas.

















    Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo continuarão vivendo de narrativas delirantes. Hoje, dá para dizer que “é mais fácil o Eduardo Bolsonaro ser deportado do que um porta-aviões aparecer no Lago Paranoá”.




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